Agentes da Polícia Civil montam o quebra-cabeças para esclarecer os estupros praticados na madrugada do último sábado, 9, em Venâncio Aires. Os policiais trabalham com os nomes de suspeitos e mantêm contato direito com as duas vítimas, que residem em Cachoeira do Sul. “Há pessoas sendo procuradas, baseadas nos antecedentes e nas descrições fornecidas pelas vítimas. Todas as hipóteses são investigadas”, revelou o inspetor Paulo Ullmann.

O chefe do Setor de Investigações (SI) cumpre à risca as determinações do delegado Felipe Cano e trata o caso como prioridade. Já foram feitas diligências ao local dos crimes – ao lado da academia a céu aberto, no acesso a Grão Pará -, e ouvidas as vítimas, na casa onde ambas se recuperam do trauma e das lesões.

A polícia apurou que além da violência sexual, as duas garotas, de 19 e 20 anos, foram agredidas a socos e chutes. Elas revidaram e conforme contaram aos agentes do SI, o tarado pode ter ferimentos na cabeça e arranhões no rosto.

A maneira como ele agiu também é averiguada. Todos os homens com perfis ou que já foram presos, acusados de cometerem crimes sexuais no município, são investigados. “Mas há detalhes citados pelas vítimas que eliminam alguns deles”, mencionou o chefe do SI.

O principal é a maneira com que ele abordou, conversou, ameaçou e convenceu as jovens a acompanhá-lo até aquele local, distante cerca de dois quilômetros de onde elas estavam, no centro da cidade. Falante, fez as duas vítimas acreditarem que ele estava armado, sem ao menos mostrar a arma.

PISTASAté ontem à tarde, a descrição feita pelas vítimas e o modo de agir do estuprador, eram as principais pistas levantadas pelos agentes do SI. Fotos já foram mostradas e repassadas às vítimas, que apontaram semelhança com alguns dos suspeitos. Em especial, um deles.

Ontem à tarde, surgiram imagens de uma câmera de segurança de uma empresa. Elas mostram o tarado e as duas jovens, que passam em frente ao local, já no início da madrugada do sábado.

TRAJETODe acordo com o que as vítimas contaram, eles saíram das imediações do supermercado Imec, na rua Júlio de Castilhos, por volta da meia-noite (de sexta para sábado). Caminharam até o cruzamento com a rua Barão do Triunfo, dobraram à esquerda e seguiram até a avenida Ruperti Filho.

Neste ponto, o tarado ingressou à direita com as duas jovens, caminhando pela avenida até a rua Pedro Grunhauser, onde dodrou novamente à direita, indo até a Osvaldo Aranha. Neste ponto, dobrou à esquerda e seguiu pelo acesso a Grão Pará, até atingir o local onde as jovens foram estupradas, às margens do arroio Castelhano.

Ullmann e os agentes do SI já fizeram este percurso e encontraram apenas um local onde as câmeras gravaram a passagem do estuprador e das vítimas. No entanto – e apesar das suspeitas -, ainda não está legível quem é o indivíduo.

Se alguém tenha alguma imagem que possa ajudar, pede o chefe do SI, faça contato com a Polícia Civil, pelo telefone 3741-1692 ou 197.

HEDIONDOConsiderado um crime hediondo, o estupro é repudiado até mesmo pelas pessoas que andam na contramão da Justiça. Apenados, por exemplo, não aceitam dividir a cela com os denominados ‘duque 13’, uma alusão que fazem aos autores de estupro, descrito no artigo 213 do Código Penal.

Por isso, as casas prisionais, na sua maioria, isolam os condenados pela prática de crimes sexuais. A pena varia de 8 a 30 anos de reclusão.