Um crime praticado há mais de dez anos, que iniciou com um assalto em Mato Leitão e terminou com uma tentativa de homicídio, em Vila Mariante, teve seu desfecho nesta terça-feira, 25. Vanderlei Lopes, 36 anos, que cumpre pena por assalto na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) e até pouco tempo estava foragido na Argentina, foi condenado pelo assalto a 8 anos e 8 meses de reclusão. Por outro lado, foi absolvido da tentativa de homicídio contra dois policiais militares.
O júri foi realizado a portas fechadas, no Fórum de Venâncio Aires, e todos usaram máscaras. Segundo a denúncia, no dia 20 de maio de 2011, Lopes e um comparsa, já falecido, assaltaram um homem no acesso a Mato Leitão e fugiram em direção a Mariante. A Brigada Militar foi acionada e dois PMs saíram no encalço da dupla.
Próximo ao trevo de Vila Mariante, a dupla – que ocupava um GM Astra, roubado em Porto Alegre -, jogou miguelitos na rodovia, estourando os pneus da viatura. No mesmo instante, um dos ocupantes do Astra deu tiros contra a guarnição. Por sorte, os brigadianos não foram atingidos.
Lopes é considerado um preso de alta periculosidade e por isso a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), em conjunto com a Brigada Militar, armou um forte aparato para trazê-lo da Pasc até o Fórum de Venâncio.
Em plenário, Lopes negou envolvimento no caso, se dizendo inocente. A sua defesa, feita pela advogada Manoela Almeida, de Bento Gonçalves, defendeu a negativa de autoria. “Não há provas nos autos”, resumiu.
Formado por três homens e quatro mulheres, o conselho de sentença – que permaneceu nas cadeiras da plateia, mantendo o distanciamento e com máscaras – acatou a tese da acusação, feita pelo promotor Pedro Rui da Fontoura Porto, no assalto, e a da defesa, na tentativa de homicídio. Por isso ele foi condenado somente pelo assalto.
Ao final da sessão, o juiz João Francisco Goulart Borges leu a sentença e Vanderlei Lopes voltou à Pasc. A sentença será cumprida em regime inicial fechado, sem direito de apelar da sentença.