Execução em casa noturna de Venâncio foi praticada com duas pistolas 9 milímetros, com rajadas

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Nos primeiros 45 dias deste ano, a Polícia Civil de Venâncio Aires registrou três homicídios consumados e outros três, tentados. As três mortes aconteceram no interior e duas delas seguem sem autoria. A última, no sábado à noite, 15, se trata de uma execução. Antônio Sérgio Menezes, 54 anos, foi atingido por cerca de 20 tiros. Ele estava dentro de uma casa noturna, localizada em Linha Grão Pará, às margens da RSC-453, quando foi surpreendido por dois atirados. Menezes morreu no local.

O outro crime sem autoria é de um homem de 62 anos, que foi morto a facadas, na localidade de Linha Andréas, interior de Venâncio Aires. O corpo dele foi encontrado na frente da casa onde residia, com diversas perfurações. Segundo familiares, Antônio Carlos Ferraz estava no município há cerca de dois anos, mas era natural de Cachoeira do Sul, de onde saiu há 13 anos. Lá, atuou no comércio e chegou a ser dono de uma revenda de veículos. Os três homicídios tentados estão esclarecidos. Uma destas vítimas é uma mulher.

EXECUÇÃO

Menezes foi executado. A confirmação, feita por profissionais do Instituto Geral de Perícias (IGP) é baseada na maneira como o crime foi praticado e, principalmente, nas armas utilizadas e no número de tiros desferidos contra a vítima. “O perito disse que contou até 19 perfurações no corpo e depois parou”, observou o delegado Felipe Staub Cano. As armas usadas são duas pistolas de calibre 9 milímetros, de uso restrito das forças armadas.

O titular da Delegacia de Polícia foi ao local do crime e acompanhou os levantamentos periciais. Havia outras pessoas dentro do estabelecimento, mas o teor dos depoimentos é mantido em sigilo. O delegado só revelou que uma das mulheres falou que os atirados estavam com metralhadoras. “Na verdade eram pistolas com dispositivos para rajadas”, explicou.

Através de imagens de câmeras de segurança, o delegado Cano, agentes da Polícia Civil e peritos do IGP identificaram que dois homens armados com pistolas e mascarados (usavam camisetas ou panos enrolados no rosto, deixando só os olhos à mostra) entraram no local e um deles foi direto à mesa onde Menezes estava sentado, ao lado de uma mulher. “Ele aponta, dá uma rajada e sai do local”, revela o delegado.

Menezes consegue levantar, dá alguns passos e cai dentro da boate. Neste momento o segundo atirador se aproxima e dá outra rajada. Em seguida a dupla sai do prédio e foge em um automóvel. Não está descartada a possibilidade de existir uma terceira pessoa envolvida, que serviu de motorista. Nenhuma outra pessoa foi atingida.

No local os peritos recolheram 17 estojos calibre 9 milímetros e outros quatro projéteis do mesmo calibre. O resultado da perícia vai dizer o número de estojos que ficaram alojados no corpo de vítima. O delegado Cano apurou que Menezes possuía Termos Circunstanciados (TCs), feitos pela Brigada Militar, por desacato e ameaças.

QUEIMADO

O delegado Cano ainda não consegue afirmar, mas há fortes indícios de que o Renault Sandero, encontrado incendiado em Vila Palanque, no interior do município, tenha sido usado pela dupla para ir até a boate e para fugir de lá. “Tudo indica que foi isso que aconteceu, pois o carro foi incendiado logo depois do crime. Mas também podem ser apenas coincidências”, mencionou.

De acordo com os agentes do Setor de Investigações (SI), o automóvel foi roubado dia 4 de fevereiro, em Gravataí, na região Metropolitana de Porto Alegre.



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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