Vão levar dias para mãe e filho – e a filha pequena, que viu tudo pela janela -, esquecerem o que aconteceu na noite da segunda-feira, 7 de outubro. Ela e o adolescente chegavam em casa de carro, vindos de uma reunião do colégio, quando foram surpreendidos pelos assaltantes.
Os criminosos foram identificados como Jonas dos Santos Padilha, 25 anos, e Maicon Júnior dos Santos Cortes, 26 anos. Eles foram presos na segunda-feira, 7, à noite, em frente ao Hospital Santa Cruz do Sul, horas depois de praticarem a ação contra a família em Venâncio Aires.
Na tarde de terça-feira, 8, a mulher levada como refém falou com exclusividade para a Folha do Mate.
FOLHA DO MATE – Onde vocês estavam quando foram atacados pelo assaltantes?
Vítima – Voltávamos de uma reunião na escola do meu filho e eu ‘embiquei’ o carro na entrada da garagem, quando ouvi uma freada e vi que um carro (um VW Up, Branco) parou atrás do nosso.
E o que aconteceu?
Duas pessoas armadas, mascaradas e com luvas desceram e começaram a bater nos vidros, uma de cada lado. Gritavam que era um assalto e mandavam eu descer. Até aquele momento, achei que era uma brincadeira. Mas quando o cara abriu a porta, me agarrou pelo braço e mandou eu ir para o banco de trás, vi que era sério e pedi para nos levarem juntos.
Eles fugiram logo?
Como o carro é automático, demoraram um pouco para arrancar. Depois soube que minha filha viu o que estava acontecendo, viu para o lado que nós saímos e disse para o meu marido que haviam nos levado. Então ele ligou para a Brigada. Isso foi muito importante.
E para onde foram?
Como mandavam ficar com a cabeça abaixada e não olhar para eles, vi, pelas luzes, que estávamos indo para a Santa Tecla. Eles conheciam o interior e sabiam para onde estavam indo.
Eles foram agressivos?
Não, só um deles deu um tapa na cabeça do meu filho, pois ele estava nervoso e não conseguia desbloquear o celular. No mais, foram tranquilos e disseram que o carro ia aparecer. Até me deram um casaco, pois estava frio.
Além do celular, o que mais roubaram?
Também pegaram a minha aliança.
E onde foram libertados?
Amarraram nossas mãos com os cadarços dos tênis do meu filho e nos deixaram dentro do mato, distante uns 600 metros de uma casa, em Linha Seival. Fomos até lá, contamos o que tinha acontecido e eles nos ajudaram. Eu estava imunda, pois enquanto caminhávamos, vi luzes e achei que eram os assaltantes. Então me joguei na ‘macega’.
Foi muito assustador?
Foi, mas quando o pessoal do serviço de inteligência chegou, soube que eles estavam presos.