Mulher que diz ser mais uma vítima do médium vai denunciá-lo à polícia

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A intenção de pessoas que até pouco tempo frequentavam um centro espírita de Venâncio Aires (de que novas vítimas apareçam e procurem a Delegacia de Polícia), começa a dar resultados. Ontem à tarde, uma mulher de 37 anos entrou em contato com a reportagem da Folha do Mate e disse também ser uma vítima do médium. “Ele fez exatamente a mesma coisa comigo”, descreveu a vítima, que pediu para ter a identidade preservada.

Loira e de olhos verdes, a mulher disse que já havia frequentado outros centros espíritas e que no fim do mês de julho deste ano, após o fim de um relacionamento amoroso, decidiu buscar ajuda. Indicada por uma conhecida, foi até o centro espírita, preencheu uma ficha e aguardou o início dos atendimentos. “Não o conhecia, mas enquanto fazia a ficha, vi que ele [médium] me olhou, mas achei tudo normal”, descreveu.

Segundo ela, assim que o suspeito começou os atendimentos, onde diversas pessoas ficam sentadas ao redor de uma mesa, ele a chamou para sentar ao seu lado, exatamente como os denunciantes já haviam comentado que ele procedia, sempre que via uma mulher bonita. “Fiquei ali umas três horas, até o fim dos atendimentos”, explicou a mulher.

Neste período, o acusado fez todos os atendimentos e, ao mesmo tempo, dizia conversar com um espírito obsessor que havia se apossado do corpo da mulher e que, naquele momento, estava alí próximo. Conforme a denunciante, o médium dizia estar conversando com o espírito obsessor e o provocava a tomar alguma atitude. “Dizia que ia me beijar e queria ver o que ele [espírito] faria e me beijava no rosto”, explicou.

A denunciante mencionou que a exemplo do relato feito por um homem que trabalhava e estudava com o suspeito, o médium também passou as mãos em suas pernas e pegou as mãos dela e as colocou sobre as pernas dele. “Estava lá pois precisava de ajuda e achei que era normal”.

DORMIR LÁ

A mulher disse que ficou ao lado do suspeito até o fim dos atendimentos e quando as pessoas começaram a sair de lá, ele observou que precisava conversar em particular com ela. “Me disse que a única maneira de tirar o espírito era passando a noite lá com ele. Também me disse que cadeiras poderiam cair e que eu poderia sentir como se alguém estivesse tocando em mim”, recordou a denunciante.

Ela saiu de lá convencida de que precisaria voltar. Mas ao conversar com amigas, foi orientada a não fazer isso e que o médium não poderia ter tocado nela. “Depois conversei com uma mulher que trabalhava no centro espírita e ela mencionou que já havia orientado o médium a não agir assim, pois as pessoas não estavam acostumadas com aquele tipo de atendimento”.

Duas vítimas já haviam denunciado o médium na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). O delegado Felipe Staub Cano prefere ainda não se manifestar sobre o assunto.

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Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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