O delegado Felipe Staub Cano aguarda os resultados da necrópsia, da perícia e o relato de testemunhas para concluir e encaminhar ao Poder Judiciário o inquérito que apura a morte de Evilázio Baierle, 51 anos. Ele foi morto na tarde da sexta-feira, 4, na localidade de Linha Tangerinas, depois de um desentendimento com seu cunhado, um ano mais novo. O suspeito do crime está preso preventivamente e alega que atirou para se defender. Extraoficialmente, a vítima foi atingida por um tiro de espingarda, mas só o resultado da perícia pode comprovar isso.
Para o delegado Cano, trata-se de um homicídio com autoria definida e que, aparentemente, foi praticado por motivo fútil. “Nos depoimentos prestados até o momento, está claro que havia uma rixa entre as partes e que, no dia do crime, houve um desentendimento por conta de uma roçada de uma área”, explicou o titular da DP.
Uma das testemunhas referiu que o suspeito e a vítima tiveram uma pequena ‘rusga’, há cerca de três meses, motivada por uma carga de silagem. “E depois disto, disse a testemunha, eles não se falaram mais”, observou o delegado Cano.
Legítima defesa
No depoimento do suspeito, ele refere que no dia do fato fez uma roçada de uma área e que isso motivou uma discussão com seu cunhado. “Então ele disse que a vítima se armou com uma faca e veio para cima dele, que por sua vez se armou com uma espingarda para se defender. Também mencionou que deu um tiro para cima, mas que o cunhado não parou e então ele deu o segundo tiro”, descreveu o delegado Cano.
Segundo o titular da DP, a versão apresentada pelo suspeito sugere uma legítima defesa. “Isso não está descartado, pois ainda há testemunhas para serem ouvidas, mas ao que tudo indica – e até porque a Justiça decretou sua prisão preventiva -, realmente se trata de um homicídio motivado por desavenças.” O suspeito está recolhido preventivamente na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva).
Outro ponto que será analisado no andamento do inquérito policial é se a vítima realmente foi atingida por um os dois tiros. O suspeito garante que deu um tiro para o alto, como alerta, e como a vítima seguiu o ameaçando com a faca, deu o segundo tiro, o atingindo no peito. “A perícia vai dizer se foi um tiro e a que distância foi disparado”, explicou o delegado.
A espingarda usada – e que foi apreendida – é marca Boito, calibre 20, com dois canos montados e está registrada no nome do suspeito. Também foram apreendidos dois cartuchos deflagrados.
A seguir como está, o suspeito deverá ser indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil. Se condenado, a pena, comenta o delegado Cano, varia de 12 a 30 anos de reclusão.