Ezequiel Stahl e Gerson Ruppentahl: discursos acalorados na sessão de segunda-feira, 29 (Foto: Fernanda Bergmann/Divulgação)
Ezequiel Stahl e Gerson Ruppentahl: discursos acalorados na sessão de segunda-feira, 29 (Foto: Fernanda Bergmann/Divulgação)

Após três sessões consecutivas sem realização do período de Comunicações – quando os vereadores fazem os pronunciamentos na tribuna da Câmara -, o momento foi retomado na reunião de segunda-feira, 29. E voltou com tudo. Vários vereadores se envolveram em debates acirrados e, dessa forma, voltaram à pauta não somente denúncias feitas recentemente, mas outras polêmicas que pareciam já fazer parte do passado. A Folha do Mate traz um apanhado do que foi mais relevante no Legislativo de Venâncio Aires.

Fique por dentro das polêmicas da sessão:

Embate 1
• Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB), voltou a falar da denúncia de que um capataz teria recebido valores relativos a difícil acesso e horas extras de forma cumulativa, o que é vedado pela legislação. O parlamentar, inclusive, projetou no telão do Plenário Vicente Schuck a imagem dos vencimentos do servidor, que foi reproduzida do Portal da Transparência da Prefeitura de Venâncio Aires. Sobre este assunto, o líder de governo na Câmara, Gerson Ruppenthal (PDT), confirmou que houve erro no pagamento do servidor e que a Administração já está providenciando o retorno do valor indevido aos cofres públicos.

• Muchila afirmou ainda que é vítima de perseguição política – no caso da retirada da FG que recebia e que tenta reaver na Justiça – e atacou Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT), que segundo ele está “levando para sua aposentadoria a FG incorporada de nada mais, nada menos, senhoras e senhores, do que R$ 6,3 mil”. Na sequência, indagou: “Diga o que fez de tão importante para a comunidade para ganhar este prêmio?” Ana rebateu dizendo que tem muito mais tempo do que o necessário para ter direito ao benefício e ainda reforçou que o colega Muchila “estava recebendo a FG sem cumprir a função gratificada.”

Embate 2
• André Kaufmann (PTB) focou em outra denúncia: a de que o secretário de Desenvolvimento Rural, Gilberto dos Santos (MDB), não estaria cumprindo o horário de expediente e que, dificilmente, era encontrado na pasta. “Me preocupo quando o secretário não está cumprindo com suas atribuições”, comentou, para em seguida questionar um decreto que isenta secretários municipais de registrarem entrada e saída diariamente. “Apresentam um relatório de atividades no fim do mês. Papel aceita tudo, meu amigo”, disse, acrescentando que “ele (Gilberto dos Santos) vem, quando muito, 10 ou 15 minutos por dia.”

• Gerson Ruppenthal (PDT) foi o vereador de situação que se manifestou a respeito do assunto. Ele reforçou o fato de que integrantes do primeiro escalão não são obrigados a bater o ponto e, depois, pediu que Kaufmann desse “nome aos bois”. “O senhor está dizendo que secretário não trabalha e está generalizando”, argumentou, citando ainda que havia recebido mensagens solicitando que o petebista fosse claro sobre quem estava se referindo. Gilberto dos Santos não estava na sessão, mas já falou a respeito da polêmica na primeira vez em que ela surgiu. O titular do Desenvolvimento Rural rechaçou as acusações, afirmou estar com a consciência tranquila e também sugeriu que Kaufmann estaria “com ciúmes.”

Embate 3
• Mas os ânimos se acirraram mesmo quando Rodrigo VT (PSD) foi a tribuna. Aproveitando a sua última participação na Casa do Povo – a partir do dia 1º de setembro retornará para a Prefeitura, provavelmente como cargo em comissão (CC) da Patrulha Agrícola, abrindo espaço para Alexandre Fernandes (PSD) -, VT afirmou que “é bom que a comunidade saiba que um vereador ganha R$ 7 mil por mês e poucos apresentam projetos”. Também atacou a Administração anterior, de Giovane Wickert (PSB) e Celso Krämer (na época no PTB e hoje no Podemos), trazendo à pauta assuntos como a compra de 500 gramas de café a R$ 42,00 e a contratação da Fipe por quase R$ 400 mil, com dispensa de licitação.

• A manifestação causou a ira de Ezequiel Stahl (PTB), que disse que “R$ 7 mil é pouco, tinha que ganhar R$ 10 mil só pra pagar tamanha besteira que a gente escuta aqui nesta Casa”. Na sequência, afirmou que o governo está perdido e citou como exemplos a compra de armas de choque não-letais que não estão sendo utilizadas e o debate acerca da Guarda Municipal: “Parece uma torre de Babel, onde cada um fala um idioma e não conseguem se entender mais. Na audiência da Guarda, veio o secretário de Segurança Pública e defendeu, veio o prefeito e defendeu, mas a secretária da Fazenda veio e disse que não tem dinheiro e que não vai sair nada. Eu não sei o que estão conversando lá na Prefeitura”. Stahl ainda citou que apresentar projetos é só uma das atribuições do vereador e que fiscalizar o Executivo também deve ser prioridade, “coisa que o vereador Rodrigo VT não costuma fazer”. “Os aluguéis estão batendo recorde e as demandas de vagas em creche e cirurgias eletivas não param de crescer.”