“Isso é uma loucura total, uma traição muito grande”, diz Kappel sobre eleição da Mesa Diretora da Câmara

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Nessa quinta-feira, 19, a Câmara de Vereadores divulgou, por meio da Assessoria de Imprensa, nota oficial sobre a não realização da eleição para a Mesa Diretora. Além de confirmar a escolha para o dia 30, às 19h, o documento traz a informação de que será necessário inscrever as chapas novamente, até 30 minutos antes da sessão.

“A votação estava prevista para a última sessão ordinária, que ocorreu na noite desta quarta-feira, 18. No entanto, em virtude do adiantar da hora, a reunião foi encerrada sem a eleição. Conforme previsão regimental, a sessão ordinária deve ter duração de 3 horas (art. 76.) e pode ser prorrogada pelo prazo máximo de uma hora (art. 78 do Regimento Interno). A reunião de quarta-feira iniciou às 19h e encerrou às 23h08min”, completa a nota.

A Folha do Mate conversou com o presidente do Legislativo a respeito do assunto. Confira a entrevista:

Folha do Mate – O que, afinal, aconteceu na sessão de segunda-feira, dia 18, quando deveria ter sido realizada a transição na presidência?

Eduardo Kappel – A Helena da Rosa (do MDB, candidata à presidência) não apoiou o Giovane (Wickert, prefeito de Venâncio) na eleição de 2016. Ela veio depois (para a base do governo) e sempre esteve ali na Mesa Diretora, conosco. Aí chega na hora da eleição e ela me apresenta uma chapa com a oposição, sem falar com o governo. Isso é uma loucura total, uma traição muito grande.

Mas ela já vinha sinalizando que, se seu nome não fosse acatado pelo governo, formaria com a oposição. Inclusive tinha o apoio do presidente do MDB, Paulo Mathias Ferreira, para que fizesse isso, já que o partido não abria mão da presidência.

Ela não conversou com a base, ela apresentou uma chapa com a oposição. A eleição poderia ser tranquila, com o MDB tínhamos 10 votos, mas ela usou o MDB para se eleger e abandonou quem a sustentou até agora. Enquanto estávamos no Gabinete do Prefeito articulando emendas parlamentares junto a deputados federais para salvar o hospital, ela estava nos apunhalando pelas costas e se juntando com o PDT, que não é um partido, é uma facção criminosa.

A vereadora Helena da Rosa tinha, em tese, oito votos e estaria garantida como presidente em 2020. O senhor, que também apresentou uma chapa, ficaria com sete votos. O que tem a dizer sobre as acusações de que fez uma manobra porque sabia que a derrota seria inevitável?

A Helena e o PDT só querem saber do poder. Eles não estavam preocupados com os mais de 20 projetos importantes que tínhamos para votar. Só queriam a eleição. A Helena pode, inclusive, ser mandada para a Comissão de Ética, porque eu, como presidente, tirei a eleição da Ordem do Dia, e ela, que é a secretária da Mesa, fez a leitura das chapas. Para eles, o interesse do povo não vale nada, só querem saber dos próprios interesses. Pra mim não muda nada, dia 30 vai ter a eleição e, se eu perder, perdi, não tem problema.

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Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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