A história de Nelsoir Battisti (PSD), eleito para o segundo mandato na Câmara de Vereadores, com 1.078 votos – quarto melhor desempenho entre os mais de 200 candidatos ao Legislativo -, tem uma série de idas e vindas até a consolidação na política. Ele tinha 9 anos de idade quando o pai, Nelson Luiz Battisti, concorreu a vereador, se elegeu, mas faleceu antes de assumir. “Naquela época, só se assumia em março do ano seguinte. Ele descobriu um câncer, foi operado no dia 9 de janeiro, data do meu aniversário, e faleceu no dia 13 de fevereiro de 1989. Foi duro pra mim, era muito apegado ao meu pai”, comenta.
As andanças pela cidade para entregar os santinhos do pai, durante a campanha, marcaram Battisti. “Bah, era meu pai, concorrendo a vereador. Eu ia na maior felicidade, pra mim era o máximo”, diz ele. Com a morte do pai, a ligação com a política deu uma esfriada. A partir daí, trabalhou no ramo de confecção de calçados, supermercado e com o irmão Elói, que apostou na refrigeração. Aos 19, estava no 8º Batalhão de Infantaria Motorizado, em Santa Cruz do Sul. “Saí de lá com o doutorado em faxina”, brinca ele.
Depois da caserna, Battisti conciliou trabalho e política. Teve experiência no setor de materiais de construção e trabalhou como operador de empilhadeira, até que em 2001 foi parar na Prefeitura, na vaga de estagiário. “Meu irmão era do PSDB e ajudou na campanha do Glauco Scherer. Participei da campanha junto e acabei indo para a Prefeitura”, recorda. E em 2004 veio a primeira experiência nas urnas: concorreu a vereador pelo PSDB e fez 423, o que garantiu a terceira suplência do partido na Câmara de Vereadores.
Como o seu candidato à majoritária, Glauco Scherer, perdeu a eleição, Battisti retornou à iniciativa privada. Trabalhou novamente com materiais de construção e atuou como representante comercial, até que em 2016, já filiado ao PSD, tomou a decisão de deixar o emprego e voltar para a política. A candidatura a vereador vingou e, com 776 votos, garantiu uma cadeira no Legislativo. “Quando tive a certeza de que estava eleito, foi uma sensação muito boa. Mais incrível ainda foi na posse, pois ali eu estava realizando o meu sonho e também o do meu pai, que se elegeu vereador e não conseguiu assumir na Câmara”, afirma.
Desenvolvimento
Nos primeiros 18 meses da legislatura que se encaminha para o fim, Battisti ficou no Executivo. Foi secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo. O PSD, partido que hoje preside, estava na base do governo do prefeito Giovane Wickert (PSD).
Ele voltou para a Câmara em 2018, após desentendimentos com o vice-prefeito Celso Krämer (PTB). Com a saída do PSB da base de apoio à Administração, Battisti passou a fazer ferrenha oposição na Câmara, tendo sido, inclusive, um dos principais entusiastas do Legislativo Independente, movimento que teve papel fundamental para unir os oposicionistas e que culminou com a eleição de Helena da Rosa (MDB) para a Mesa Diretora da Casa do Povo.
Família e atuação
Natural de Venâncio Aires, Nelsoir Battisti, de 41 anos, é casado com Patrícia Rosana Naue, 38, com quem tem um filho: Murilo Naue Battisti, 10. É filho de Nelsou Luiz Battisti (já falecido) e de Anandir Palhares da Silva, 70.
Quando criança, residiu no bairro Xangrilá e, atualmente, mora no Cidade Nova, onde já exerceu a função de presidente da associação de moradores. “A gente fez bons projetos lá no bairro, como a revitalização da área verde, por exemplo”, comenta.
Estudou nas escolas Wolfran Metzler, Cônego Albino Juchem (CAJ) e Zilda de Brito Pereira. “No tempo de colégio eu já participava dos grêmios estudantis. No CAJ, eu que botava o som na hora do recreio”, recorda o vereador reeleito.
Dos 13 aos 18 anos, foi integrante do Grupo de Artes Folclóricas (GAF) Chilenas de Prata, que foi o embrião do CTG Chaleira Preta, do qual Battisti é colaborador, assim como da Comunidade Santa Rita de Cássia, do bairro Gressler.
Futuro
• Seja na Câmara ou na Prefeitura, Nelsoir Battisti diz que o mais importante é “trabalhar pelo bem comum da população e pelo desenvolvimento de Venâncio Aires”. Ele confirma que o prefeito eleito, Jarbas da Rosa (PSD), fez sondagem para que integre o primeiro escalão do governo, mas garante que ainda não tem certeza do que vai acontecer.
• Nos bastidores da política, seu nome é dado como certo para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, pasta que já comandou. Se for mesmo para o Executivo, quem assume na Câmara é Rodrigo VT, primeiro suplente do PSD, com 315 votos.