Todos os dias, quando se sai de casa de carro ou moto, sabe-se que será necessário estacionar. Mas, e quando não encontra uma vaga, o que você faz? Muitas pessoas insistem em estacionar em vagas especiais, seja para portadores de deficiência ou para idosos, por alguns minutinhos, com o pisca alerta ligado.
A busca por respeito e conscientização é antiga. No entanto, o aumento no número de vagas para portadores de deficiência e com dificuldade de locomoção e melhoria na fiscalização, foram promessa em reunião em fevereiro deste ano, na Prefeitura. Conforme o coordenador do Departamento de Trânsito de Venâncio Aires, Dário Martins, a demanda de fiscalização vem sendo atendida diariamente pelos agentes.
Entre 2014 e 2017, foram expedidas 125 credencias para utilização de vagas para deficientes físicos ou pessoas que tenham dificuldade em locomoção pela Prefeitura. De acordo com o chefe do Departamento de Trânsito, são 17 vagas disponibilizadas as ruas Osvaldo Aranha, Tiradentes, Júlio de Castilhos, Rufino Pereira, Voluntários da Pátria, Jacob Becker, General Osório e Berlim da Cruz. No entanto, a maior parte destes espaços específicos situa-se na região central, na rua Osvaldo Aranha.
O número de vagas, mesmo que não pareça elevado, é utilizado com frequência por portadores de deficiência e, também, por pessoas que não precisam. Essa é uma questão que está gerando conflito e os credenciados pedem conscientização e educação dos motoristas quanto a esses espaços.
DIREITO É DIREITOTodos os dias, quando sai de casa, Michelle Rosa, mãe do pequeno Bruno, portador de paralisia cerebral e esclerose suberose, encontra sempre um “veículo normal” utilizando as vagas especiais. E a justificativa é sempre a mesma: alguns minutinhos. “Quando não estou com o Bruno no carro, procuro estacionar em uma vaga normal, mas quando estou com ele, com o papel de identificação no painel, é por esse espaço que busco”, destaca.
Será que as pessoas precisam ver o papel no parabrisa do carro para ver que estão erradas?
Um dos principais fatores é a falta de educação das pessoas que não precisam da vaga, mas insistem em utilizá-la. Cansada de deparar com a falta consciência de algumas pessoas, resolveu agir. Depois de ouvir relato de um conhecido, que também passa pelas mesmas dificuldades que ela, imprimiu a seguinte frase: “A estupidez não é considerada deficiência. Essa vaga não é sua nem por um minuto. Estacione em outro lugar!”
Por meio das mensagens, busca causar uma reflexão nas pessoas que agem dessa forma. Não é apenas o caso de Michelle, mas muitas pessoas passam por essa situação diariamente e já não sabem mais como agir para que a população mude esse comportamento. Muitas vezes, a mãe de Bruno chegou a pedir e chamar atenção da pessoa verbalmente para conseguir estacionar. Em outras situações, ela não precisava estacionar, mas tinha uma vaga sendo ocupada sem a identificação necessária. “A população precisa se conscientizar que existem muitas pessoas com deficiência que utilizam o carro e as vagas no município, e que muitas vezes precisam estacionar nas vagas normais porque as dedicadas a elas estão ocupadas”, lamenta.
UM EXEMPLOMichelle conta que, na última semana, por exemplo, presenciou um caso onde uma mulher disse estar com problemas pessoais e, por isso, tinha estacionado “alguns minutinhos” no local. No entanto, Michelle tinha deixado o papel com a frase escrita no parabrisa do carro.“Eles acham que ligando o pisca alerta vai resolver”, complementa
FIQUE LIGADO
Estacionar sem identificação é infração gravíssima. Aqueles que utilizam as vagas especiais precisam deixar as credenciais no painel do veículo ou em local visível. Podem estacionar e buscar por essa credencial pessoas portadoras de deficiência e com dificuldade de locomoção. Caso você não tenha a identificação e estacione em uma vaga dessas, pode sofrer uma penalidade gravíssima com multa de R$ 293,47 e remoção do veículo como medida administrativa.