O preço e a cadeia produtiva do tabaco são temas de audiência pública hoje, às 14h, na Câmara de Vereadores. O encontro é promovido pela Comissão de Agricultura, Meio Ambiente, Obras e Serviços do Legislativo e a iniciativa é do vereador Celso Krämer (PTB).

A audiência tem como objetivo de antecipar as negociações entre produtores e empresas pelo preço do tabaco, que segundo ele, normalmente iniciam em março. Krämer aponta que o intuito do encontro também é reunir entidades representativas dos fumicultores e empresas para debater a comercialização da próxima safra, para definir o aumento do preço do tabaco e, o futuro das próximas safras. “Queremos contribuir para a segurança financeira dos agricultores, que na maioria das vezes iniciam a venda da produção sem a certeza do valor do produto”, explica. Krämer explica que esse é o momento para iniciar as tratativas sobre o preço do produto, para que as demandas dos agricultores, possam ser atendidas. “Ano passado a negociação iniciou em março e eles [fumageiras] tomaram conta. Esse é momento de iniciar uma greve silenciosa em relação a próxima safra e fazer pressão”.Além disso, a cadeira produtiva como um todo estará em debate. “Nós queremos que a organização da cadeia produtiva entre nas negociações para que outros aspectos da produção possam ser analisadas e aperfeiçoadas”.

GRANIZOOs prejuízos dos agricultores com o granizo e com o afogamento em virtude das intempéries dos últimos meses também serão pautadas durante a audiência. “Queremos que as fumageiras tratem o agricultor que teve a produção atingida de maneira diferenciada através da prorrogação do prazo de pagamento das dívidas e com baixo juro para dar fôlego para estes produtores”.

PARTICIPAçãOA audiência deve contar com a presença de agricultores, deputados e de entidades como a Afubra, STR, Sindicato Rural, Fetag, Farsul, Sinditabaco, Emater, Secretaria de Agricultura, Câmaras de Vereadores de Santa Cruz, Passo do Sobrado, Vale Verde, Vera Cruz e Mato Leitão, além de empresas fumageiras.

NEGOCIAçõESNo ano passado, as entidades tentaram antecipar as negociações do preço da safra, entre os meses de maio e junho, para que quando o produtor iniciasse o plantio, já soubesse o reajuste do preço do produto. Porém, as fumageiras não aceitaram e afirmam que, neste período, o custo de produção não estaria definido, sendo possível tratar sobre o tema somente antes do fim de novembro.

Houve conflito durante as negociações já que não se chegava a um acordo quanto ao reajuste do produto. Milhares de agricultores participaram de protestos na cidade cobrando um reajuste maior. Na safra passada, as entidades de representação dos fumicultores haviam proposto inicialmente 11,7% de reajuste sobre a tonelada, durante as negociações foi reduzida até 10%, mas o valor ofertado pelas indústrias ficou em 6%. Nesta safra, o índice das entidades é de 17,7% enquanto as empresas ofereceram de 9% a 10%.