Analisar as vantagens e desvantagens de trazer a draga do governo do Estado para desassorear o Arroio Castelhano ainda vem sendo ponto de discussão da prefeitura de Venâncio Aires. Na segunda-feira, à tarde, o prefeito Airton Artus esteve na Câmara de Vereadores, quando relatou os problemas verificados na máquina, pela equipa da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp) Liderado pelo secretário Ronald Artus, o grupo esteve na última semana em Lindolfo Collor, onde o equipamento está parado desde o início do ano, teoricamente, pronto para vir para Venâncio Aires, conforme estabelecido no convênio assinado pelo prefeito e a Secretaria Estadual de Obras, em fevereiro.
Segundo o Chefe do Executivo, a prefeitura ainda está analisando a situação da máquina e avaliando alternativas. Uma delas seria romper o convênio com o Estado e contratar empresa terceirizada para realizar o serviço. “Não queremos embarcar em nenhuma aventura”, salientou.
à noite, durante a sessão da Câmara, os vereadores de oposição cobraram uma solução rápida da Administração.
Celso Krämer (PTB), se comprometeu em averiguar, ainda ontem, com o secretário de Obras do Estado, Luis Carlos Busato, as condições e responsabilidades do Município, diante do convênio. Disse que iria se informar se o Município teria que pagar qualquer outra reforma que fosse necessária, após o serviços do Castelhano. A reportagem não conseguiu localizar o vereador na tarde de ontem. Entretanto, Krämer apontou a demora da prefeitura buscar informações para buscar o equipamento e disse que o prefeto estaria desinteressado em resolver o problema. “Sabemos que a máquina é velha, mas é a única do Estado.”
Eduardo Kappel (PP) questionou se município de Lindolfo Collor vai ter que pagar ou pagou algum conserto e se o Estado aceitaria receber a máquina estragada. Também disse que o prefeito foi à reunião com os vereadores despreparado e sem dados sobre quanto custaria o conserto, nem o valor da hora-máquina.
José Ademar Melchior (PMDB), lembrou que no último domingo, 12, fez dois anos que Venâncio Aires enfrentou a última forte enchente, que assolou, especialmente os bairros da parte baixa da cidade. O líder do PMDB cobrou investimentos nesta área. “Não vemos nenhum investimento nesta área que é uma parte crítica da nossa cidade”, lamentou.
João Stahl (DEM), defendeu a preocupação do Executivo e disse que “devemos ser responsáveis”, pois enquanto vereadores, devem fiscalizar o dinheiro público para que seja bem investido. “E se trazermos a máquina com problemas vamos gastar muito mais reformando do que o curto do serviço”, disse. Acatou a sugestão do prefeito, de licitar uma empresa para fazer o recolhimento dos pedaços de madeira do Castelhano, como foi feito no governo do ex-prefeito Celso Artus, em 1998.
José Cândido Faleiro Neto (PT), compartilhou da ideia de fazer o recolhimento da madeira e contatar empresa para dragar em pontos específicos.
Entenda
Para entrar em funcionamento, a máquina precisa ser consertada. Esse motivo, somado a falta de mão de obra para operá-la, vem atrasando a vinda da draga, que desde janeiro está parada no município de Lindolfo Collor.
Na última semana, uma equipe liderada pelo secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp), esteve averiguando ‘in loco’ a draga e foram encontradas peças amarradas com pano. Um levantamento preliminar aponta que seria necessário um investimento de R$ 45 mil para o conserto, mais R$ 17 mil para contratar mão de obra especializada. O prefeito teme que o gasto seja ainda maior.
Fabricada em 1976, o equipamento é disputado por diversos municípios do Estado, que assim como Venâncio, também sofrem com as enxurradas. Chefe da Divisão de Apoio Operacional aos Municípios, da Secretaria Estadual de Obras Pública, Irrigação e Desenvolvimento Urbano, Guido Bamberg disse em reportagem anterior, que a despesa do conserto, assim como do operador, deve ser arcado pela prefeitura, em contrapartida do empréstimo.