A questão do lixo é um problema mundial. No Brasil, causado principalmente pelo consumismo, que se deu com o aumento do poder aquisitivo da população. “Olhe para sua casa. Se fizer uma retrospectiva dos últimos dez anos, vai com certeza, chegar à conclusão de que está produzindo mais lixo diariamente”. A afirmação é do presidente da Câmara de Vereadores, Telmo Paulo Kist (PDT), que durante a sessão ordinária realizada na segunda-feira à noite, 21, trouxe o tema para discussão e pediu a contribuição dos demais vereadores para debater com mais intensidade, e assim, encontrar uma solução para sugerir ao Executivo.
Kist destacou que o assunto é extremamente sério, tanto pela questão ambiental, quanto financeira. “Quando a separação correta do lixo não é feita, ele acaba indo para o aterro sanitário. O município é o responsável pela destinação dos materiais e paga por quilo transportado”, observou. Kist apresentou dados que são gastos anualmente, mais de R$ 2 milhões com este trabalho, praticamente o valor que o Município arrecada com o IPTU.
Segundo dados, Venâncio Aires recicla apenas 10% do lixo que produz. Quem mais colabora com o processo são os moradores do interior e dos bairros, com destaque para as famílias mais humildes. Segundo Kist, a usina de triagem trabalha praticamente com os materiais que vêm do interior.
Com relação à coleta, ele citou que em Porto Alegre, o sistema também é conteinerizado, como em Venâncio Aires. Porém, na capital, somente o lixo úmido vai para o contêiner, pois o lixo seco é colocado ao lado, facilitando o trabalho dos catadores. O que eles não levam, o caminhão recolhe.
Este sistema pode ser aplicado em Venâncio Aires. “Os contêineres poderiam ser estendidos para os bairros, e, reciclando o lixo, poderíamos dar mais oportunidades para que os catadores tenham uma renda ainda maior e o município vai pagar menos”, afirmou.
Os vereadores se mostraram favoráveis à ideia. Segundo Vilson Gauer (PT), a questão do lixo é crucial, porque também envolve a área da saúde, pois há risco de contaminação e doenças. José Ademar Melchior (PMDB), disse que foi um grande avanço a implantação da reciclagem, mas no formato em que está hoje, citou que os catadores são avistados dentro dos contêineres, muitas vezes jogando o lixo para fora e deixando tudo atirado. “Se o lixo estiver de uma forma mais fácil pra eles pegarem, será bem melhor”, garantiu.
José Cândido Faleiro Neto (PT) salientou que viveu de perto esta preocupação, enquanto secretário de Obras do município. Relatou que o assunto foi amplamente discutido e que existe a possibilidade de Venâncio Aires ter um aterro sanitário, que vai fazer com que os custos diminuam gradativamente ao longo dos anos. Para Helena da Rosa (PMDB) é preciso começar a conscientizar e educar a população para a reciclagem dentro de casa. “Como os catadores vão usar o lixo seco se ele já vem misturado de dentro de casa?”, indagou.
A questão do lixo deve ser debatida e levada para a comissão de Agricultura, Meio Ambiente, Obras e Serviços, que tem como membros os vereadores José Cândido Faleiro Neto, Gerson Ruppenthal (PDT) e José Ademar Melchior.