Investigações da Polícia Civil de Venâncio Aires esclareceram uma série de assaltos praticados no município e cidades da região. Até agora são pelo menos oito casos atribuídos a Lucas Júnior Oliveira, 28 anos, que está preso. Na maioria dos casos, agiu na companhia de um comparsa, descrito pelas vítimas como um indivíduo alto, loiro e de pele rosada.
Para a polícia, trata-se de Roberto André Frantz, 28 anos. Betinho, como era conhecido, foi morto em confronto com a Brigada Militar, na tarde do dia 14 de novembro, no interior de Sinimbu. Na ação, a BM prendeu outras três pessoas. Entre elas, Oliveira. Eles teriam assaltado um ônibus de excursão, no dia anterior, em Barros Cassal. A BM perseguiu o bando e montou um cerco na mata aonde os quatro se refugiaram, resultando na morte e prisões.
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DIFICULDADESDe acordo com o inspetor Paulo Ullmann, os assaltos eram investigados, mas se tinha dificuldades para esclarecê-los. Principalmente, explica o chefe do Setor de Investigações (SI), porque um dos envolvidos, em tese, estava em casa no momento dos ataques.
Ullmann se refere a Oliveira, que depois de uma prisão em flagrante por tráfico de drogas, em junho de 2012, recebeu o direito de usar a tornozeleira eletrônica e cumprir a pena em casa. “Ainda não sabemos como, mas ele burlou a tornozeleira e saia tranquilamente para cometer os assaltos”, explicou.
O sistema monitorado da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) informava que a tornozeleira estava no endereço residencial de Oliveira. Portanto, ele não poderia ser o autor dos crimes, apesar das evidências.
O caso começou a ser esclarecido no sábado, 14 de novembro. Ao ser preso em Sinimbu, após assalto a um ônibus de excursão, Oliveira não usava a tornozeleira eletrônica. A Brigada Militar foi até a casa dele, no bairro Coronel Brito, e encontrou o equipamento, no pátio da residência. Estava aberto, funcionando.
A partir daí, os casos começaram a ser esclarecidos. Ullmann tem a confirmação de oito assaltos, mas acredita que os números sejam ainda maiores. “Isso é o que temos até agora, mas acredito que existam outros casos”, observou.
ESCLARECIMENTOSNa semana passada, os agentes do SI fizeram buscas na casa de Oliveira. Encontraram provas que o ligam aos assaltos e, entre elas, um bilhete deixado à sua companheira. “Isso prova seu envolvimento direto nos assaltos”, garante o chefe do SI.
O bilhete, escrito a mão, diz o seguinte: “Peguei um Corolla. Temos indo pra colônia pega uma casa. Vo trazer ouro lindo pra ti, minha princesa.”
Ullmann explica que o Corolla citado no bilhete foi roubado dia 7 de novembro, no bairro Montanha, em Lajeado. A vítima descreveu os dois assaltantes como um loiro alto e um moreno mais baixo. Conforme o inspetor, são Betinho e Oliveira. Os documentos desta vítima foram apreendidos na casa de Oliveira.
Com o Corolla, dois indivíduos assaltaram uma família, no interior de Passo do Sobrado. “é sobre este assalto que ele escreveu no bilhete”, descreve Ullmann.
Os agentes do SI ainda apreenderam, dentro da churrasqueira, semi-queimados, os documentos de um casal, assaltado na noite do dia 6 de novembro, no interior de Cruzeiro do Sul. Próximo a este local, a polícia apreendeu uma Parati, roubada três dias antes, em Santa Cruz do Sul.
Na casa de Oliveira ainda foram recolhidos os documentos da vítima de Santa Cruz, objetos pessoais de uma mulher assaltada no bairro Santa Tecla e cheques de vítimas do assalto ao ônibus de excursão, em Barros Cassal. O chefe do SI salienta que o ônibus atacado no dia 13 de novembro, é o mesmo que tinha sido assaltado dia 7 de outubro.
COMPROVAçãOAgora, explica o delegado Felipe Staub Cano, os agentes dos SI trabalham para comprovar que Oliveira realmente é o autor de diversos assaltos na região. “Vamos fazer isso através de diligências e reconhecimentos”, observa.
Cano espera que, desta vez, Oliveira fique preso por um período maior. “Em junho de 2012 ele foi preso na maior operação de combate ao tráfico de drogas da história do Rio Grande do Sul e três anos depois estava nas ruas, cometendo assaltos”, mencionou.
O titular da Delegacia de Polícia se refere a apreensão de quase 500 quilos de cocaína, derivados e insumos, feita no início da manhã do dia 7 de junho de 2012, em um sítio, na localidade de Linha Curitiba, interior de Candelária. No local, além da droga, foram apreendidos R$ 148 mil e meio quilo de ouro. Um casal foi preso lá e Oliveira, em sua casa.
Na época, a políca apurou que ele era o responsável por buscar a droga naquele sítio e distribuir em toda a região. O homem apontado como dono do sítio está foragido desde aquele dia.
RELEMBRE OS CASOS
• dia 28 de setembro Dois indivíduos armados abordaram um homem, quando esteve chegava à casa de seus pais, na avenida Ruperti Filho, na área central de Venâncio Aires. A dupla roubou um Siena, que dias depois foi usado no assalto a um ônibus de excursão, no interior de Barros Cassal;• dia 7 de outubro Indivíduos armados assaltaram um ônibus de excursão, no interior de Barros Cassal. O Siena roubado foi abandonado próximo ao local do assalto;• dia 20 de outubro Dois indivíduos armados abordaram uma mulher que conduzia um Voyage, no bairro Santa Tecla, em Venâncio Aires. Eles roubaram o veículo;• 3 de novembro Dupla roubou Parati e documentos de vítima, em Santa Cruz do Sul. Carro foi localizado três dias depois, em Cruzeiro do Sul;• 6 de novembro Dois indivíduos armados abordaram um casal que ocupava uma caminhonete, na ERS-130, em Cruzeiro do Sul. A dupla roubou jóias, dinheiro e documentos;• dia 7 de novembro Dois indivíduos armados roubaram um Corolla bege e documentos de um homem, no bairro Montanha, em Lajeado;• dia 9 de novembro Indivíduos armados assaltaram uma família, no interior de Passo do Sobrado. Um Corolla de cor clara foi usado na ação;• dia 13 de novembro Indivíduos armados atacaram o mesmo ônibus de excursão que haviam assaltado dia 7 de outubro, no interior de Barros Cassal. Na fuga, três foram presos e um, morto no confronto com a Brigada Militar.
