A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) dará oportunidade de trabalho para pessoas que cumprirão pena no regime fechado do Presídio de Venâncio Aires. O assunto foi apresentado, na tarde de quarta-feira, 25, para empresários no auditório da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva).

O delegado regional da Susepe, Anderson Louzado, e a diretora do Departamento de Tratamento Penal da instituição, Sandra Eunice da Fonseca, apresentaram a proposta que já ocorre em cidades como Santa Cruz do Sul e Porto Alegre. No município vizinho, há empresas de grande porte que contratam mão de obra prisional. Na Capital, a penitenciária feminina Madre Pelletier é exemplo, pois há 100% de utilização.

Poderão trabalhar, os detentos que estão no regime fechado. As áreas de trabalho são variadas. Por isso, o trabalho ou as máquinas, quando possível, serão levadas até o presídio. Louzado observa que o sistema já ocorre em Santa Cruz há cerca de quatro anos.

De acordo com ele, é preciso ter como entendimento que o preso vai sair do presídio. A forma como ele sai depende do trabalho que é colocado nele no tempo de aprisionamento. “Antigamente, tínhamos a ideia que preso tem que sofrer, mas essa prática já está fora de uso. Se eu maltratar e punir um preso, por exemplo, por dez anos, ele vai sair pior como entrou e com desejo de vingança. E nossa proposta é o contrário, pois queremos que ela não cometa mais crimes.”

Por isso, a proposta da Susepe é de inserir no mercado de trabalho e dar condições de profissionalização. “Temos que trabalhar essa pessoa para que ela saia com expectativa de sobrevivência ao final da pena.” Ele ainda diz que nos presídios há pessoas que cometeram crimes como homicídio de trânsito, são aptas para trabalharem e podem não ser perigo para a sociedade. “Qualquer pessoa está sujeita a cometer um crime ou a matar uma pessoa.”

Conforme Louzado, um dos resultados positivos da inserção do preso no mercado de trabalho é redução da reincidência criminal. O delegado lembra que cidades que já usam o sistema como Santa Cruz do Sul, Lajeado, Arroio do Meio, Encantado apresentam resultados melhores de redução em comparação com Estado e país. “Se eu fecho a porta para ele quando sai do sistema prisional, eu empurro ele para a mão de obra do crime organizado.”

O vice-prefeito Giovane Wickert, que auxiliou no agendamento do encontro, citou que Venâncio Aires possui um empresariado que está disposto a auxiliar e a participar das mais diferentes causas. “Se uma empresa aposta e acredita, isso repercute.”

Confira a reportagem completa no flip ou edição impressa de 27/06/2014.