Mesmo que a época seja de preparo da Safra 2014/15 e com as indústrias na eminência de encerrar a compra, ainda têm muitos agricultores segurando o tabaco nos galpões. Conforme levantamento da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), até o sábado, 7, a compra chegou aos 77% nos três estados do Sul. No Rio Grande do Sul, o índice soma 71% e as estimativas são que até o fim desta semana, alcance os 80%. Na safra passada, o volume comprado nesta época somava 82%.

Ao avaliar como está a situação do tabaco hoje, o presidente do Sindicato Rural de Venâncio Aires Ornélio Sausen, afirma que diariamente, os associados e pessoas ligadas a outras entidades, chegam até o sindicato para se informarem e saberem como está e como ficará a situação. Sausen acrescenta que assim como o produtor tem dúvidas, ele que acompanha todas as reuniões, tem muito mais.

Atualmente, é difícil responder ao certo ao produtor como está a situação do tabaco

Ornélio SausenPresidente do Sindicato Rural de Venâncio Aires

Na opinião de Sausen, se alguém vai ganhar dinheiro com a cultura este ano, é a industria, ou aquele que compra e vende, pois a empresa compradora reajusta o tabaco pelo índice que ela achar conveniente. “Compra na classe que ela ganhar mais, chegando mesmo a inverter as posições do produto, tudo de acordo com seu interesse e contra o fumicultor”, observa. O dirigente afirma que um fumicultor foi tentar vender o tabaco e disseram para ele que se tivesse vendido em janeiro, a classe seria o BO1, e que naquele dia, somente poderia comprar como CO2. “Isto não tem cabimento. Se em janeiro era BO1, como agora não é mais?”

Tabaco brasileiro é muito caro

Sausen observa ainda que quando não tem negócio bom para a empresa, o assunto é sempre o mesmo, ou seja, o tabaco brasileiro é muito caro. “Por isso, agora é hora de pararmos para pensar, pois como o reajuste foi apenas 50% do custo de produção, já começamos a vender perdendo 6% e um mês depois do início da compra, a classificação começou a ´apertar`”, destaca. “O que podemos fazer é cada um diminuir a quantia e plantar de acordo coma s suas possibilidades para que entremos na oferta e procura, e não fazer o que a indústria está fazendo.”

Confira a reportagem completa no flip ou edição impressa de 13/06/2014.