Os produtores rurais já vem sentindo os efeitos provocados pelas fortes geadas verificadas entre os dias 7 e 9 de junho. Os efeitos são mais sentidos no fornecimento de pastagens para os animais, na produção de hortaliças e nas frutas (citros).

As fortes geadas queimaram as pastagens nativas dos potreiros e outras como o capim-elefante e o milho destinado para pasto. Os potreiros já estavam ralos por causa da seca e agora, a situação fica pior, pois em função do frio, as gramas não vão se restabelecer logo, o que somente vai ocorrer a partir da primavera, O chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar e engenheiro agrônomo, Vicente Fin, coloca que sofreram danos sérios culturas como a cana-de-açúcar, o capim-elefante, as gramíneas melhoradas, além das frutas que são da época, que é o caso dos citros, que com o calor de maio acabaram extravasando os alvéolos e liberaram o óleo e a geada provocou um mau aspecto e manchas nas frutas, além do tombamento. Aqui também se inclui o abacate, onde as mudas novas foram duramente danificadas.

Outras culturas que também foram danificadas são as hortaliças, principalmente as folhosas, no caso, a alface, repolho, couve-flor e brócolis, as quais têm bastante água na folha e acabaram tendo queimaduras. Teve perdas também o milho destinado para pasto e aquele que o produtor plantou fora do zoneamento sabendo que corria risco, mas que serve para alimento e para obter uma renda extra com a venda em forma de milho verde.

Por outro lado, segundo Vicente Fin, quando se trata de clima subtropical, onde o frio acaba sendo aliado ao controle de pragas, doenças e invasoras e plantas hospedeiras ou esporádicas, a geada é necessária e uma aliada para este controle. “O congelamento faz com que ocorra uma explosão do solo e com isso, acaba tornando-o mais descompactado”, explica. Por outro lado, acrescenta Fin, também traz benefícios às plantas que necessitam do acúmulo de horas de frio menor ou igual a 7ºC. é o caso das rosáceas, que são o pêssego, pera, maçã e mertilo.

Fin lembra ainda que existem perdas que às vezes passam despercebidas e que embora de forma direta não afetam a produção, mas trazem consequências para a próxima safra. A principal delas é o aipim/mandioca, onde a geada afeta praticamente toda a rama que ainda estava nas lavouras e muito daquela que já estava armazenada. Fin frisa que algumas orientações não devem ser esquecidas. Ele lembra que o produtor rural deve sempre fazer o escalonamento no plantio de culturas que sirvam de alimento para os animais, como milho para silagem, por exemplo e, reservar um terço da área disponível de pastagem para o inverno, onde são indicadas a aveia, o azevém e o trevo. No caso das hortaliças, dispor de irrigação, estufas com algum tipo de aquecimento, buscando estar se prevenindo contra as intempéries, no caso estiagem e geadas.

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