Desde o começo do ano, grande parte das Instituições de Ensino Superior (IES) não receberam nenhum repasse ‘cheio’ das parcelas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O valor depositado para a maioria das universidades não representa nem um quinto do que deveria ter sido pago pelo Governo Federal. A expectativa das universidades é de que, na próxima semana, o Ministériode Educação (MEC) dê um retorno oficial sobre os valores atrasados.
O reitor da Univates, Ney José Lazzari, que também é presidente do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), explica que o Governo Federal deve realizar na próxima semana uma remessa de recursos. “A partir desse anúncio, as universidades terão um sinal mais claro de como o Governo vai lidar com as instituições em função dessa crise toda.”
Enquanto o governo não anuncia quanto e quando será repassado as parcelas devidas, inicia o quinto mês do ano e as IES não conseguiram planejar o orçamento de 2015. “Quando tivermos a informação oficial do MEC, a gente vai ter uma noção de como vai se comportar o ano todo.” Até agora, a Univates recebeu apenas um repasse. “O valor que recebemos é de R$ 4,6 milhões, sendo que nós devíamos receber, mensalmente, em torno de R$ 5 milhões do Governo Federal.”
A mesma expectativa de repasses dos valores é dividida pela Universidade de Santa Cruz do Sul. Segundo o Pró-reitor de Administração, Jaime Laufer, neste começo do mês a instituição vai saber se vão repassar todo o valor atrasado, referente aos meses de janeiro a abril, pois, até então, a Unisc recebeu, apenas, um terço do valor devido. Ele observa que têm instituições que não receberam 5% do valor.
O cenário desfavorável já fez com que a Unisc buscasse um financiamento diante da situação e não descarta a busca de novos recursos no mercado financeiro. Recorrer a financiamentos, segundo ele, é uma ação que vem sendo adotada por muitas instituições do país e as dúvidas sobre o formato e seguimento do Financiamento a partir do segundo semestre podem agravar, ainda mais, a situação. “As Instituições contrataram o Fies nos moldes do ano passado e ninguém colocou nos seus custos esses valores de financiamento e ainda com taxas de juros altas.”
Confira a reportagem completa na edição desta quarta-feira, 06.
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