Quando o ‘tempero’ está no espírito empreendedor

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Foto: Alvaro Pegoraro / Folha do Mate“Me criei vendo o pessoal vender aipim, mas ficava pensando por que eles tinham que fazer um percurso tão longo para isso. Eu sabia que dava para fazer alguma coisa diferente com esse produto tão importante”
“Me criei vendo o pessoal vender aipim, mas ficava pensando por que eles tinham que fazer um percurso tão longo para isso. Eu sabia que dava para fazer alguma coisa diferente com esse produto tão importante”

Foi em Vila Palanque, localidade do interior de Venâncio Aires, que o empresário édison Kappaun, 37 anos, resolveu empreender e apostar em produtos inovadores. Após trabalhar dez anos como industriário, quis voltar às origens e continuar a investir, junto com a família, na plantação de aipim. Contudo, o produto ganhou um sabor diferente que chega a dar água na boca, já que, com ele, são feitos escondidinhos e lasanhas.

A escolha não veio à toa, porque a Capital Nacional do Chimarrão é a maior produtora estadual de aipim. No município, a região que mais se destaca na plantação do produto é Vila Palanque. O que explica, também, o motivo do investimento.

Logo no início, Kappaun já buscou algo novo, como vender o aipim descascado e congelado, algo que facilita a vida de quem prepara o alimento. Hoje, em média, as lasanhas e escondidinhos são vendidos por ele no valor de R$ 14 a unidade.

A necessidade de apostar na venda dos produtos surgiu quando percebeu que precisava se manter de outra forma quando passava a época de safra do aipim.

Pesquisa de mercadoPor meio de uma pesquisa de mercado realizada na localidade em que reside, Kappaun analisou quais os produtos existentes nos locais e o que de fato poderia ser criado para ser considerado ‘diferente’. Em 2014, resolveu produzir os alimentos que vende hoje e que são feitos em um espaço ao lado da casa dos próprios pais. A maioria dos produtos utilizados para fazer os escondidinhos e lasanhas é oriundo de sua propriedade.

Casado e pai de dois filhos, Cristian, 16 anos, e Verônica, de três anos, Kappaun recebe o auxílio dos pais e demais familiares para fazer os produtos. A produção ocorre duas vezes por semana e, em média, por mês, são 600 pratos criados. Hoje, ele e a família fazem escondidinho de aipim nos sabores vegetais, carne e frango. As lasanhas de aipim também podem ser encontradas nos mesmos sabores, exceto vegetais.

Os produtos, entregues pelo próprio empreendedor, são vendidos para os mercados da Capital Nacional do Chimarrão como, também, para empresas de Lajeado, Santa Cruz do Sul e Santa Maria. Um sonho não tão distante está em também levá-los à região metropolitana.

Preocupação com a saúdePara Kappaun, o trabalho é voltado à saúde das pessoas, porque existe, sempre, uma preocupação em se fazer um alimento saudável e de qualidade. Todos os produtos, por exemplo, não têm lactose e apresentam teor de sódio reduzido. O segredo, conforme o empresário, também está no tempero do amor pelo que se faz. “Usamos cebolas e tomates de qualidade e não trabalhamos com nenhum produto industrializado. é tudo 100% natural mesmo”, complementa.

Como forma de divulgar os pratos que faz, o empresário também não deixou as plataformas digitais de lado, pois já fez uma página no Facebook com o nome da empresa: ‘Natura Eat Alimentos’. A criação de um site também ganhou vez. é por meio da internet que Kappaun posta fotos e apresenta os produtos. “Por menor que seja a empresa, é quase que necessário fazer a divulgação pela internet”, comenta.

Leia também: é preciso agregar valor principalmente a novas cadeias.

Sonhos que movem a produçãoKappaun é um empreendedor que sonha. Sonha muito. Um dos objetivos que têm é ampliar o espaço em que fabrica os escondidinhos e lasanhas e aumentar cada vez mais o número de clientes. No entanto, os sonhos não param por aí: “Eu me vejo vendendo também os meus produtos na faixa, na beira da estrada, porque sei que muitas pessoas passam por esses locais”.

Desafios? Ah, eles também existem na vida do jovem empreendedor. Conforme ele, para que se tenha sucesso em alguma coisa, é primordial fazer um planejamento e apostar em novidades. “O começo não é fácil, mas é assim que começa”, conta.

Além disso, Kappaun ressalta que a concorrência com grandes empresas também é um grande desafio, principalmente no que se refere aos preços dos produtos. Como os escondidinhos e lasanhas são naturais e produzidos em menor quantidade em relação aos outros empreendimentos, os valores são superiores aos dos supermercados. “Inovar e empreender não é fácil. As pessoas precisam ser perseverantes para que tudo dê certo. O carro-chefe, no momento, ainda é o aipim vendido congelado e descascado, mas a ideia é me manter apenas vendendo esses outros produtos”, comenta.

Embora o filho Cristian já o auxilie nas tarefas, Kappaun não nega que ficaria contente se o garoto continuasse a apostar cada vez mais nesse tipo de mercado.

Foto: Alvaro Pegoraro / Folha do MateCom o aipim, são criados pratos como escondidinhos e lasanhas em diversos sabores, como carne, frango e vegetais
Com o aipim, são criados pratos como escondidinhos e lasanhas em diversos sabores, como carne, frango e vegetais

Município beneficiadoSegundo o chefe do escritório da Emater-RS/Ascar de Venâncio Aires, Vicente Fin, produção como a de édison Kappaun, por exemplo, agrega valor ao município e região.

Ele ressalta que a partir do momento que alguém aposta neste produto, o município ganha. “Se a pessoa tem agroindústria e faz esse produto chegar melhorado na mesa do consumidor, como uma lasanha, ela agrega valor em cima e dá um ‘plus’ para esse produto.



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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