São nos jornais, plásticos, papelões, latinhas, garrafas pet e ferros velhos encontrados nas lixeiras, que o catador Valdemiro Henkes, 68 anos, ganha a vida e obtém o sustento. Rotina que também faz parte da vida de mais 400 catadores de lixo que compõem a Associação de Catadores da Vida, em Venâncio Aires.

Em média, cada um deles recolhe três toneladas de lixo por mês. O que estes profissionais não recolhem das ruas, uma empresa terceirizada da Prefeitura retira e encaminha para a reciclagem, somando mais 750 toneladas de materiais mensalmente. O que totaliza, por mês, cerca de 1.950 toneladas de lixo reciclável produzido pelos venâncio-airenses que tem um destino final.

Maria Henkes, 57 anos, é presidente da Associação de Catadores da Vida de Venâncio Aires, que, conforme ela, é composta por 400 catadores. Maria trabalha como catadora de lixo há cerca de 20 anos e recolhe, mensalmente, aproximadamente três toneladas de materiais, tendo como lucro, em média, R$ 700 por mês. De acordo com ela, embora os catadores façam parte da Associação, cada catador fica responsável por fazer seu próprio serviço e a quantidade de lixo recolhido depende do esforço de cada um. Em média, segundo ela, os catadores vendem três toneladas mensalmente: “Cada um recolhe o seu lixo e assim que tiver uma boa quantidade, vende para quem quiser. Então o caminhão vai até o local e recolhe. Isso acontece geralmente uma vez por mês”, explica a presidente. Além disso, ela acrescenta que até o momento não há local para cada catador depositar o seu lixo. Deste modo, o material é depositado na residência de cada um.

BUSCA POR MELHORIAS

A presidente ressalta que há dois anos a Associação está buscando, através da Prefeitura, recursos para que seja construído um espaço para o depósito dos lixos. “Recentemente foi liberado um terreno no bairro Batisti, o que falta é a construção do pavilhão para o depósito do lixo, o qual nós vamos lutar para conseguir”, comenta a presidente. Além disso, há cerca de três anos, a Associação recebeu uma prensa, mas como ela estava localizada em um local aberto, ela foi recolhida e, apenas retornará, conforme Maria, quando a Associação receber sua estrutura.

Maria recebe o auxílio do marido para realizar o trabalho, sendo que ele recolhe os materiais em diversos locais da cidade e ela auxilia na separação dos mesmos. Posteriormente, os materiais são vendidos para um homem de Vila Mariante que, em seu próprio terreno, organiza os materiais e os encaminha para outro local, o qual Maria não soube dizer.

VALORES

A presidente ressalta que ela e o marido recebem R$ 2 pelo quilo de latinhas vendido; R$0,50 pelo quilo de plástico branco, R$ 0,30 pelo plástico colorido. Por sua vez, as garrafas pet, os papelões, jornais e papéis picados, ela vende por R$ 0,20 o quilo. Conforme Maria, o que ela mais encontra nas ruas são os papelões. Ela acredita que isto ocorre em função do baixo preço do quilo do produto, o que faz poucas pessoas os recolherem.