
Daqui a 40 dias será celebrado a ressurreição de Jesus Cristo, a Páscoa. O período que antecede a celebração é conhecido como Quaresma, que inicia nesta Quarta-feira de Cinzas e vai até a Sexta-feira Santa – neste ano vai cair no dia 3 de abril. Para os cristãos, este é o momento da conversão e da mudança de vida. Representa o preparo espiritual para a Páscoa e exige alguns sacrifícios.
Erli da Rosa, 66, aposentada e cristã ativa há 20 anos, caracteriza a Quaresma como um tempo novo. Para ela, este é um período de graça, oração, meditação, de perdoar aquela pessoa que te magoou, e, principalmente, de conversão. é um momento de se abster de qualquer coisa que goste muito, como um chocolate ou chimarrão. “Muitos pensam que é substituir por outra coisa, como a carne por exemplo que as pessoas tem o costume de substituir por peixe. Mas o certo, é tirarmos da nossa refeição e não substituir”, explica.
Os cristãos aprendem que não é certo comer carne vermelha na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa, tem uns que não comem em todas as sextas-feiras da Quaresma. No entanto, substituem o alimento por outro. Quando Erli era pequena, também pensava desta forma. Contudo, ao longo dos anos, quanto mais se aproximava da Igreja, mais aprendia sobre Cristo. Ela passou a entender, que os 40 dias que antecedem a Páscoa, é um momento de vida nova. “O jejum nos proporciona muitas coisas boas, além de elevar o espírito”, comenta.
As mudanças no período da Quaresma devem surgir do interior de cada pessoa, “ela não acontece de uma hora para outra”. Segundo Erli, a Quaresma deve ser um período de renovação interior, porque as verdadeiras mudanças não começam pela parte externa, mas iniciam dentro de cada um. “A verdadeira conversão, a verdadeira mudança e penitência começa no coração de cada pessoa”, salienta.
Diferente de Cristo, que jejuou 40 dias no deserto, Erli vai jejuar hoje e todas as sextas-feiras da Quaresma, assim como faz há anos. Nesses dias, além de não comer carne, ela vai deixar de tomar a bebida que mais gosta, o chimarrão. Para ela, é um ‘sofrimento’ que não se compara ao de Jesus. Também, será um momento de orar e agradecer ainda mais. Afinal, como ela mesma diz, deve-se fazer isso ao longo do ano e não apenas no período que antecede a Páscoa.