Desde a safra 1994/95 até a safra 2014/15, Venâncio Aires ocupou a primeira posição na produção de tabaco em folha do Brasil. Em função da quebra de 35% causada pelas enchentes, diversas incidências de granizo e chuva em excesso que destruíram mais de 1,2 mil lavouras na última safra, o município caiu para a terceira posição, com uma produção de 13.757 mil toneladas.
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Com isto, o município de Canguçu, com uma produção de 16.631 mil toneladas passou a ocupar a primeira posição, e São Lourenço do Sul, com 14.433 mil toneladas, o segundo maior produtor. Apesar do cenário, as estimativas da atual safra aponta que Venâncio deve voltar ao topo do ranking.
Na safra 2015/16, o município foi duramente atingido com as intempéries do tempo, como as enchentes do rio Taquari que alagaram centenas de lavouras de tabaco, principalmente nos distritos de Vila Arlindo e Estância Nova. Além disso, foram três incidências de granizo ocorridas nos dias 7 e 14 de outubro e no dia 20 de novembro de 2015, que arrasaram milhares de lavouras, com diversos produtores tendo quebra de praticamente 100%, provocando um dos cenários mais tristes dos últimos anos para os fumicultores.Aliado a estes fatores, houve ainda o excesso de chuva durante todo o processo, que contribuiu para a perda dos minerais do solo, lavando os adubos e nutrientes necessários para o desenvolvimento normal das plantas.
Quanto ao fato de Canguçu e de São Lourenço do Sul terem produzido mais tabaco do que Venâncio Aires, o coordenador técnico da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) Paulo Vicente Ogliari, observa que naquela região, o tabaco é plantado mais tarde e com isso, não houve danos tão significativos provocados pelo granizo.
RecuperaçãoConforme Ogliari, a Afubra está efetuando as pesquisas a campo e com base nos primeiros dados, a Afubra tem a estimativa de que a produção de Venâncio Aires para a safra 2016/17 ultrapasse as 21,3 mil toneladas, um incremento superior a 7,5 mil toneladas, o que fará com o município volte a ser o maior produtor de tabaco em folha do Brasil. Sobre o aumento da produtividade na atual safra, Ogliari aponta alguns fatores, como o clima que foi amplamente favorável, pois choveu na medida certa durante todo o processo, desde o plantio, desenvolvimento na lavoura até a colheita, e o mais importante, foi registrada pouca incidência de granizo e de temporais e ainda, houve um incremento da área plantada que varia entre os 10% e os 15%.
Ele sentiu o prejuízoNo dia 20 de novembro de 2015, o município registrou a terceira incidência forte de granizo e entre os fumicultores atingidos está Paulo Baierle, morador de Vila Arlindo. De um total de 64 mil pés plantados, ele contabilizou na média, perdas de 10 folhas por pé, ou seja, 50%, uma vez que em média, cada pé produz 20 folhas. Para minimizar as perdas, logo após o sinistro, ajuntou uma fornada das folhas que ainda podiam ser aproveitadas. “Os prejuízos não foram maiores porque a fumageira comprou e pagou bem, o que compensou em parte as perdas com o granizo”, frisa.Nesta safra, Baierle reduziu a quantia – 58 mil, porém, produziu um produto de maior qualidade, o que deve garantir uma boa remuneração e, assim, poderá recuperar em parte os prejuízos da safra passada. Ele vive a expectativa de uma safra cheia com a estimativa de colher 800 arrobas e espera que as vendas ocorram dentro da classe, a exemplo da última safra.
