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Sem ser obrigatória, a eleição americana ocorre hoje e o resultado deve sair na madrugada desta quarta-feira, 9. O sucessor de Barack Obama toma posse dia 20 de janeiro de 2017. Com uma campanha marcada pela retórica agressiva, o temor de violência vem se manifestando nos preparativos para o 58º pleito presidencial. Eleitores e órgãos de segurança estão preocupados tanto com o caso de violência como fraude.

Quanto ao resultado nas urnas, isso é uma incógnita, já que a dois dias das eleições em um pesquisa de intenção de votos divulgada pelo jornal Washington Post, a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, está cinco pontos percentuais à frente do candidato do Partido Republicano, Donald Trump.

A pesquisa deu um alívio momentâneo à campanha de Hillary, mas ainda não traz segurança sobre o que vai ocorrer na eleição. O eleitorado norte-americano vem se mostrando oscilante. Há menos de uma semana, os dois candidatos estavam tecnicamente empatados, e a tendência era de crescimento de Trump nas pesquisas e de queda na intenção de voto em favor de Hillary Clinton. Algumas pesquisas até colocavam Trump à frente da corrida eleitoral, com um ponto percentual de diferença em relação à candidata democrata. 

Foto: Arquivo pessoalVenâncio-airense Daniela de Azeredo, que mora na Califórnia, conta que muitos americanos deixarão de votar, pois não consideram nenhum dos dois o candidato ideal
Venâncio-airense Daniela de Azeredo, que mora na Califórnia, conta que muitos americanos deixarão de votar, pois não consideram nenhum dos dois o candidato ideal

De acordo com a jornalista venâncio-airense, Daniela Azeredo, que mora há um ano e meio na Califórnia, os americanos estão na mesma situação que o Brasil há dois anos nas eleições presidenciais, ou seja, sem um candidato, considerado, ideal. “Hillary Clinton tem uma rejeição grande. Muitos não confiam nela e acham que ela mente e manipula a situação. Sem contar que a falta de popularidade e o jeito um tanto que arrogante fazem muitos acreditarem que isso pode acabar prejudicando a relação dos Estados Unidos com outros países. Donald Trump, sempre teve aquela figura emblemática de ‘homem de negócios autoritário”‘, no estilo ‘eu sei tudo e não me importa a sua opinião’. Porém, os constantes ataques terroristas à América, fizeram Trump ganhar um pouco mais a confiança dos americanos, já que ele bate a toda a hora a questão da imigração ilegal e o fechamento das fronteiras para evitar ataques terroristas no país.”

Relação com o Brasil Segundo especialistas o impacto de quem será eleito para o Brasil não vai ser significativo, já que o atual relacionamento entre os EUA e o Brasil é considerado raso, e o nosso país não está entre as maiores preocupações de Washington. Tanto que o Brasil não é citado nos programas de governo de nenhum dos dois candidatos.

A preocupação mesmo é quanto a migração, debate central na campanha. Enquanto Hillary pretende regularizar imigrantes ilegais, Trump promete endurecer as políticas nessa área, deportando pessoas que já vivem no país e inclusive construindo um muro na fronteira com o México. “No meu caso se vencer o Trump ou Hillary, não muda nada. Eu entrei legalmente no país, moro e trabalho aqui legalmente. Mas também desejo que a economia aqui continue bem, e que o vencedor faça um bom trabalho, já que agora divido minha vida entre EUA e Brasil”, destaca a venâncio-airense.

Polêmicas e incerteza nas urnasDevido aos acontecimentos envolvendo os dois candidatos ao longo da campanha, muitos dos 225 milhões de americanos aptos a votar não devem participar do pleito. “São dois candidatos que deixam em dúvida como a América vai ser conduzida de fato nos próximos anos. Ainda mais com as recentes polêmicas na reta final da campanha. Trump envolvido em questões de abuso sexual e Hillary com um novo processo aberto em função do uso de e-mail particular para enviar mensagem de teor confidencial, o que é considerado crime aqui. Por isso, já ouvi muitos dizendo que não vão votar por falta de opção, o que deixa em aberto quem será de fato o vencedor dessa disputa”, conta Daniela Azeredo.

Como funciona a eleição?O candidato eleito não necessariamente será aquele que conseguir o maior número de votos populares em todo o país. Isso porque a eleição não é direta, mas funciona através de um processo complexo, que envolve os estados e é chamado de Colégio Eleitoral.

O candidato que vencer em cada estado será representado no Colégio Eleitoral por uma chapa de delegados – o número de delegados estaduais é proporcional à população regional. Do total de 538 delegados eleitos, o candidato precisa do apoio de 270 para se eleger presidente.