Foto: Kethlin Meurer / Folha do MateTanto o gerente Rodrigo, quanto a cliente Iari acreditam que uma solução para o problema estaria no uso das receitas digitalizadas
Tanto o gerente Rodrigo, quanto a cliente Iari acreditam que uma solução para o problema estaria no uso das receitas digitalizadas

é de praxe dizer que letra de médico é ilegível. Quem ‘sofre’ para decifrar as receitas médicas, além dos pacientes são, principalmente, os profissionais de farmácia. Mas não é apenas a caligrafia que traz dor de cabeça, mas também os carimbos e as datas não compreensíveis. Em meio a toda essa dificuldade, surge o risco de repassar algum medicamento incorreto e prejudicial à saúde.

Todos os dias o gerente de uma das farmácias de Venâncio, Rodrigo André Reiter, se depara com situações como as citadas. De acordo com ele, muitos profissionais não preenchem a receita de forma correta e com os itens fundamentais, como a data, assinatura do médico e endereço do paciente. Mesmo que a prescrição seja carimbada, às vezes, é difícil até de ler o que diz o carimbo.

Reiter ressalta que quando alguma escrita é ilegível, é recomendado que o cliente volte até o consultório do médico para poder compreendê-la. Além disso, as receitas recebidas são encaminhadas para a matriz da farmácia, que realiza uma vistoria. Caso não seja possível entender todas as informações da receita, esta volta à farmácia, que necessita procurar o médico para editá-la. Onde Reiter trabalha são recebidas cerca de 500 receitas médicas por mês, e 50% delas não são legíveis.

COMPREENSãOReiter ressalta que também falta uma compreensão por parte dos clientes que desconhecem as burocracias referentes à receita médica. Por exemplo, quando se deseja retirar um medicamento, é necessário levar identidade, CPF, algum documento com foto e a receita médica. Se alguém se dirige à farmácia para retirar os remédios em nome de outra pessoa, é obrigatório levar os documentos citados anteriormente, além dos documentos da pessoa medicada. O gerente acrescenta que a maioria dos clientes não tem conhecimento de que a receita médica para os postos de saúde têm um período de validade de seis meses, enquanto nas farmácias populares, o tempo reduz para quatro meses.

Segundo ele, existem médicos que não fornecem nenhuma informação sobre o medicamento que indicam, apenas entregam a receita ao paciente para que, depois, ele se dirija a alguma farmácia. “Existem clientes que vêm aqui e não sabem nem o que estão comprando, o que estão fazendo e o que têm. Então perguntamos o que sentem para podermos explicar qual o problema e eles entenderem”, explica. Para resolver as dificuldades referentes às receitas ‘indecifráveis’, Reiter deixa como dica que, no mínimo, os médicos façam uma letra legível ou as digitalizem.

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