Reforço na vigilância da dengue reduz 83% dos casos em 2014

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A Secretaria Estadual da Saúde divulgou nesta semana um novo boletim da dengue com a confirmação de 49 casos no Rio Grande do Sul. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o número representa uma redução de 83%. Um dos fatores para a queda é a ampliação da identificação dos focos do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. Para isso, 21 novos laboratórios que realizam a identificação das larvas do inseto foram abertos ano passado por meio de incentivos do Estado, passando a 79 o número de locais que fazem esse trabalho. Assim, ações de prevenção puderam ser desenvolvidas antes que a doença se proliferasse.

Foto: Claudio Fachel / Palácio PiratiniNo ano passado foram abertos 21 novos laboratórios para identificar larvas do mosquito transmissor da doença
No ano passado foram abertos 21 novos laboratórios para identificar larvas do mosquito transmissor da doença

Com maior monitoramento do mosquito, o Estado, que possuía 93 municípios considerados infestados nesta mesma época no ano passado, hoje passou para 125. Além das unidades municipais, intermunicipais e regionais, o trabalho também é feito no Laboratório Central do Estado (Lacen/RS), que ainda capacita os profissionais e coordena o trabalho junto ao Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). Ano passado, ao todo, os laboratórios do Interior realizaram mais de 65,2 mil análises, enquanto o Lacen processou outras 20,7 mil amostras.Para estimular a criação de novos laboratórios, a SES criou em 2013 um incentivo a fim de contemplar territórios com mais de 50 mil habitantes e possibilitar a existência de, ao menos, uma unidade em cada uma das 30 regiões de saúde. Para garantir a adequação de área física e a aquisição de materiais e equipamentos necessários, o financiamento é de R$ 6 mil para unidades municipais e R$ 9 mil para as intermunicipais (que abrangem de 5 até 15 municípios vizinhos ou próximos, ou 50 mil habitantes). As unidades já existentes também foram beneficiadas com o mesmo valor.

Além disso, o Governo do Estado ampliou os recursos destinados aos municípios para o reforço das suas ações de vigilância. Como parte do programa Verão Numa Boa, foram investidos R$ 3,2 milhões em 157 municípios. Isso representou cerca de R$ 600 mil e 31 municípios a mais que na temporada anterior. Foram priorizados os municípios infestados pelo inseto, os que tiveram registrada circulação da doença nos últimos anos e os de fronteira internacional ou com variação populacional sazonal (como praias e balneários).

Critérios para classificação como infestado

Os municípios, quando não infestados, realizam a vigilância da dengue através de armadilhas espalhadas pela cidade e vistorias em locais estratégicos, como borracharias, ferros-velhos e cemitérios. Nesses locais são coletadas amostras de larvas em água parada que são analisadas nos laboratórios de entomologia.

Para ser considerado infestado, o município precisa de um mínimo de três confirmações de larvas do inseto em sequência. Após a identificação nas armadilhas ou pontos estratégicos, é feita uma varredura num raio de 300 metros. Caso nessa área seja encontrada mais uma larva do Aedes aegypti, é realizada uma segunda investigação num novo raio de 300 metros a partir desse segundo ponto. Quando há, então, mais um foco encontrado, a cidade passa a ser considerada infestada e fica nesta lista até completar 12 meses sem novos registros. Após ser classificado assim, o município passa a tomar ações de vigilância mais detalhadas, com o monitoramento ocorrendo de casa em casa. Além disso, as secretarias municipais devem passar a contar com, ao menos, um agente de campo para cada mil residências.

Conscientização da população

A população em geral também possui um papel importante no combate à dengue. Algumas medidas simples podem ser adotadas em casa para eliminar os locais com água parada, onde o mosquito se reproduz. Entre as principais medidas, destacam-se:

· fechar as caixas d’água, tonéis e latões;

· não acumular água nos pratos de plantas;

· limpar com escovação os bebedouros dos animais;

· guardar pneus velhos sob abrigos;

· manter desentupidas calhas, ralos, toldos e marquises;

· guardar garrafas com o gargalo para baixo;

· manter a piscina tratada o ano inteiro;

· colocar embalagens de vidro, latas e recipientes plásticos em lixeiras fechadas.

    

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