A Secretaria Estadual da Saúde divulgou nesta semana um novo boletim da dengue com a confirmação de 49 casos no Rio Grande do Sul. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o número representa uma redução de 83%. Um dos fatores para a queda é a ampliação da identificação dos focos do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. Para isso, 21 novos laboratórios que realizam a identificação das larvas do inseto foram abertos ano passado por meio de incentivos do Estado, passando a 79 o número de locais que fazem esse trabalho. Assim, ações de prevenção puderam ser desenvolvidas antes que a doença se proliferasse.
Com maior monitoramento do mosquito, o Estado, que possuía 93 municípios considerados infestados nesta mesma época no ano passado, hoje passou para 125. Além das unidades municipais, intermunicipais e regionais, o trabalho também é feito no Laboratório Central do Estado (Lacen/RS), que ainda capacita os profissionais e coordena o trabalho junto ao Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). Ano passado, ao todo, os laboratórios do Interior realizaram mais de 65,2 mil análises, enquanto o Lacen processou outras 20,7 mil amostras.Para estimular a criação de novos laboratórios, a SES criou em 2013 um incentivo a fim de contemplar territórios com mais de 50 mil habitantes e possibilitar a existência de, ao menos, uma unidade em cada uma das 30 regiões de saúde. Para garantir a adequação de área física e a aquisição de materiais e equipamentos necessários, o financiamento é de R$ 6 mil para unidades municipais e R$ 9 mil para as intermunicipais (que abrangem de 5 até 15 municípios vizinhos ou próximos, ou 50 mil habitantes). As unidades já existentes também foram beneficiadas com o mesmo valor.
Além disso, o Governo do Estado ampliou os recursos destinados aos municípios para o reforço das suas ações de vigilância. Como parte do programa Verão Numa Boa, foram investidos R$ 3,2 milhões em 157 municípios. Isso representou cerca de R$ 600 mil e 31 municípios a mais que na temporada anterior. Foram priorizados os municípios infestados pelo inseto, os que tiveram registrada circulação da doença nos últimos anos e os de fronteira internacional ou com variação populacional sazonal (como praias e balneários).
Critérios para classificação como infestado
Os municípios, quando não infestados, realizam a vigilância da dengue através de armadilhas espalhadas pela cidade e vistorias em locais estratégicos, como borracharias, ferros-velhos e cemitérios. Nesses locais são coletadas amostras de larvas em água parada que são analisadas nos laboratórios de entomologia.
Para ser considerado infestado, o município precisa de um mínimo de três confirmações de larvas do inseto em sequência. Após a identificação nas armadilhas ou pontos estratégicos, é feita uma varredura num raio de 300 metros. Caso nessa área seja encontrada mais uma larva do Aedes aegypti, é realizada uma segunda investigação num novo raio de 300 metros a partir desse segundo ponto. Quando há, então, mais um foco encontrado, a cidade passa a ser considerada infestada e fica nesta lista até completar 12 meses sem novos registros. Após ser classificado assim, o município passa a tomar ações de vigilância mais detalhadas, com o monitoramento ocorrendo de casa em casa. Além disso, as secretarias municipais devem passar a contar com, ao menos, um agente de campo para cada mil residências.
Conscientização da população
A população em geral também possui um papel importante no combate à dengue. Algumas medidas simples podem ser adotadas em casa para eliminar os locais com água parada, onde o mosquito se reproduz. Entre as principais medidas, destacam-se:
· fechar as caixas d’água, tonéis e latões;
· não acumular água nos pratos de plantas;
· limpar com escovação os bebedouros dos animais;
· guardar pneus velhos sob abrigos;
· manter desentupidas calhas, ralos, toldos e marquises;
· guardar garrafas com o gargalo para baixo;
· manter a piscina tratada o ano inteiro;
· colocar embalagens de vidro, latas e recipientes plásticos em lixeiras fechadas.