Foto: Naira Trindade / Correio BrazilienseApesar de se tornar Renan réu na ação penal, ele não precisará se afastar da presidência do Senado
Apesar de se tornar Renan réu na ação penal, ele não precisará se afastar da presidência do Senado

Oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram, nesta quinta-feira, 1º, aceitar denúncia apresentada em 2013 pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) pelo crime de peculato, que consiste no desvio de dinheiro público.

Votaram a favor os ministros Edson Fachin, relator, Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e a presidente do STF, Cármen Lúcia. Já outros três (Toffoli, Lewandowski e Gilmar Mendes) optaram pela rejeição total da denúncia. 

Renan é acusado de usar um lobista de uma empreiteira para pagar pensão a uma filha que teve fora do casamento. O peemedebista também foi acusado de ter adulterado documentos para justificar os pagamentos. O caso foi revelado em 2007. Na época, após a denúncia, Renan teve de renunciar à presidência da Casa.

No julgamento, porém, a maioria dos ministros rejeitou outras duas acusações contra Renan relacionadas a esse caso: por falsidade ideológica e uso de documento falso, cujas penas são de até cinco anos. Restou a acusação de peculato (desvio), cuja punição varia de dois a 12 anos de prisão.

A decisão não significa que o senador seja culpado, conclusão que só poderá ser feita ao final do processo, após coleta de novas provas, depoimento de testemunhas e manifestações da defesa. 

PLACAR DA VOTAçãO: – 8 votos pelo acolhimento da denúncia por peculato (Fachin, Teori, Barroso, Rosa Weber, Fux, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cármen Lúcia)– 3 votos pelo acolhimento da denúncia de falsidade ideológica e uso de documento público falso (Barroso, Rosa Weber e Marco Aurélio)– 3 votos pela rejeição total da denúncia (Toffoli, Lewandowski e Gilmar Mendes)