
Os produtores iniciaram recentemente a colheita da soja das variedades mais precoces. Mesmo não podendo tomar por base as primeiras lavouras colhidas, a tendência é de uma média geral muito boa, bem superior à safra passada, que também foi boa, fechando próximo a 3,5 mil quilos por hectare.
Nesta safra, a soja, como cultura, não teve restrição hídrica, pelo contrário, pois o clima como um todo favoreceu para o seu desenvolvimento. De alguma forma, observa o chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Vicente Fin, os períodos prolongados de chuva, associados à umidade e temperatura, poderiam ter favorecido a entrada de doenças como a ferrugem, mas o produtor, aos poucos, está começando a entender que o monitoramento é mais importante do que muitas aplicações.
“O produtor tem controlado as doenças e pragas e este é um fator que contribui para a produtividade”, diz. Além disso, os produtores buscaram variedades mais resistentes à ferrugem e com maior capacidade produtiva, e quase toda a lavoura atual é cultivada com base na transgenia, que facilita o controle de invasoras com glifosato. Apesar das chuvas, não houve problema para o controle de pragas, doenças e invasoras. “Uma lavoura limpa obviamente tem mais poder de expressar o potencial produtivo”, destaca Fin.
O grande diferencial é que o produtor está fazendo a análise de solo e adubando conforme a necessidade sugerida pela avaliação. O que poderia interferir na produtividade, além disso, é a questão de eventos climáticos externos, como ventos suficientes para derrubar em reboleiras. “A tendência é que tenhamos uma produção final por volta de 65 sacos por hectare, o que dá indícios de que a média fique entre 3,8 mil a 4 mil quilos por hectare, rendimento bem superior ao ano anterior”, calcula.
Fin acrescenta que não se pode falar diretamente em quatro toneladas porque há uma área entre 300 e 350, dos 3.350 hectares plantados, que é introduzida como safrinha sobre o milho e até sobre a resteva do tabaco, que tem um rendimento menor.
PRODUTORES
Morador de Santa Emília, Clécio Konrad é um dos produtores que iniciou a colheita dos 40 hectares que a oleaginosa soma nesta safra. O rendimento das primeiras lavouras varia entre 70 e 75 sacos por hectare, podendo chegar a 80. Konrad estima que colherá os 40 hectares da safra durante o mês de março e os 20 da safrinha estarão no ponto de colheita no fim de maio.
A soja é uma das culturas de diversificação da propriedade e ocupa a maior área. O milho safra ocupou 35 hectares e rendeu 140 sacos por hectare. A soja colhida agora, Konrad está vendendo para a Coopavel, de Cruzeiro do Sul. Porém, o preço não está bom: R$ 64 a saca de 60 quilos, bem inferior aos R$ 80 registrados no fim da safra passada.