Sem definição, ainda, para o futuro profissional, Elvira Fank, 18 anos, não para. Ela que acredita em um mundo melhor, no respeito aos pais, na valorização dos professores, quer buscar uma profissão bem-sucedida, mas antes de tudo que lhe deixe feliz. A jovem que terminou o ensino médio em 2015, no Colégio Cônego Albino Juchen, de imediato buscou um curso profissionalizante de Auxiliar de Saúde Bucal. Entretanto, na área, até o momento, realizou apenas o estágio e a prática.
A jovem que nasceu em Linha Herval, onde a família ainda mantém raízes, mora com os pais no bairro Xangrilá, o qual considera calmo. “Ainda dá para deixar a porta aberta, mas com cuidado. Também é perto do centro, dá para ir a pé”, destaca.Atualmente, a jovem trabalha meio turno em uma floricultura, no centro. Atividade que gosta muito e vem ao encontro de sua personalidade: estar em contato com pessoas. “Até já pensei em ser professora, mas infelizmente, está muito difícil, por conta da desvalorização e também a dificuldade para se lidar com as crianças”, observa.
Para a jovem, as experiências profissionais começaram aos 14 anos. Atendente em uma fruteira, em padaria e mais tarde em fábrica de calçado, já integram o seu currículo. Ao lado do irmão Rafael Fank, hoje com 24 anos, ela se criou vendo os pais, Márcia Adriane Breunig Fank e Alfeu José Fank, trabalharem duro na lavoura. A menina, também, aprendeu a realizar as tarefas de casa, no turno oposto ao colégio e diz que sempre achou muito natural. Atualmente, cortar grama, por exemplo, é uma atividade que ela executa com tranquilidade. Todas as tarefas domésticas, para a jovem, são realizadas com alegria e determinação.
Elvira que, domina as múltiplas plataformas, observa que as redes sociais são avanços, porém causam muitas inimizades e brigas entre os jovens, a partir desta comunicação para as ruas. O whatsapp e as ‘selfies’, fazem parte da sua rotina, mas o contato com este mundo se deu no início do ensino médio. Atualmente, conta que utiliza mais o meio para contatar com o namorado Weslen Cardoso que mora em outro município.
Folha do Mate – Da infância à juventude e os sonhos da ElviraElvira Fank – Algumas coisas de criança parece que a gente apaga. Mas lembro muito bem que tive infância, infância. Brinquei de casinha, de boneca, tive casinha na árvore e adorava andar de salto alto. Brincava de vender roupas pra mim mesma e quando tinha uma prova, me dava aula. Aprendi muito com isto. Estudei até a 4ª Série, na escola Miguel Macedo de Campos, em Linha Herval e da 5ª à 8ª, no Frida Reckziegel de Vila Palanque. O ensino médio cursei no CAJ [Cônego Albino]. Sempre passei de ano e gosto muito de português. Ainda não defini o que vou seguir, mas alguma profissão bem-sucedida, porém que me deixe feliz. Porque tu passa o maior tempo da tua vida trabalhando.
Na tua opinião, como está a educação atualmente?Na minha opinião, a educação é a mais importante. é o professor que te passa todo o conhecimento. Uma pessoa sem estudo é um nada na sociedade. Todas as profissões precisam de estudo. Acho que estão dando pouco valor para os professores. Cada vez mais este profissional se sente desmotivado. Também vejo que alguns jovens preferem fazer o EJA, acho pouco tempo para se ter um aprendizado de verdade, aprender tudo.
Jovens, estudo, atualidade e futuro: O que pensas a respeito?Está bem complicado. Falta respeito por parte dos jovens, a violência aumenta cada vez mais, as drogas, o trânsito, é assustador. Confesso que tenho mede de sair à rua. Alguns jovens, também, não querem ‘nada com nada’. Não querem ler, é só internet, celular, sair e sair. Eu não me arrependo de nada. De ter estudado para passar nas provas, me dedicado. Quanto ao futuro, acredito que as coisas vão ter que mudar. Porque o futuro está nas mãos dos jovens.
Se tivesses o poder de mudar alguma coisa, o que mudarias? … Como vou dizer! [Elvira procura a palavra certa, mas fica pensativa]. Cada verba direitinho para o seu lugar. Porque tem muitos desvios. Colocaria as verbas, que são da saúde e da educação, nestas áreas porque elas são as mais importantes. E, assim, teria educação e saúde com mais qualidade para as pessoas. Também, penso que precisa haver mais respeito – acho que este está em primeiro lugar.
Observação de Elvira:“Ainda há romantismo no ar”Para Elvira que, atualmente, trabalha em uma floricultura, apesar de todas as dificuldades por que passa a humanidade, há esperanças e romantismo. Muitos jovens compram flores para a namorada. Tem àqueles que compram pétalas de rosas toda a semana, são fiéis. Alguns, inclusive vêm acompanhado de suas mães.