Rodrigo Maia (DEM/RJ) é novo presidente da Câmara dos Deputados. Após votação que durou cerca de seis horas, o parlamentar foi escolhido com 285 votos, contra 170 do seu adversário, Rogério Rosso (PSD-DF). Os dois foram os mais votados em pleito que teve início às 17h30min desta quarta-feira, e disputaram o segundo turno da eleição.
O deputado comandará a Casa nos próximos sete meses, no chamado mandato-tampão que vai durar até fevereiro de 2017. Caso o Senado confirme o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff, o deputado fluminense passa a ser o segundo na linha sucessória do país. Em seu quinto mandato, Maia, de 46 anos, é filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia, já presidiu o Democratas e foi duas vezes líder do partido.
DISCURSO – Tanto Maia como Rosso tiveram 10 minutos para falar aos parlamentares antes que a votação do segundo turno tivesse início. Em seu discurso, o deputado do DEM afirmou que é “preciso acabar com o império dos líderes”. “Eles (líderes) são fundamentais, mas não são os únicos que têm direito à palavra. Cada um de nós tem direito a usar esse microfone. Vamos devolver ao plenário a sua soberania”.
Ao abrir o seu discurso Maia relembrou sua trajetória no parlamento e disse que não imaginava que iria concorrer à presidência. O deputado disse ainda que o país só vai superar a crise política quando a Câmara conseguir superar a crise pela qual vem passando. “A solução [para a crise] não passa por nenhum outro poder, passa pela Câmara”, disse.
O deputado também citou episódios de corrupção envolvendo parlamentares. “Convoco a todos, independente do resultado, para que, a partir de amanhã, possamos virar essa página que envergonha cada um de nós, onde a prioridade hoje não é o plenário, mas o interesse pessoal de um, dois, três deputados”, criticou.
Maia também voltou a afirmar que vai valorizar o papel das minorias no processo parlamentar. “Quem quer calar a oposição não quer democracia, queremos uma oposição forte ao nosso governo, porque uma oposição forte vai ajudar a enxergar os nossos erros”, disse.
