Incerteza e insegurança. Mais uma vez a preocupação na manutenção da produção de tabaco no Brasil volta ao centro de debates. A 6ª Conferência das Partes (COP 6) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) é considerada um fantasma pela indústria, prefeituras e lideranças que têm o tabaco como fonte principal de renda. Nesta discussão, entra Venâncio Aires, maior produtor de tabaco do país, e que tem sua economia diretamente ligada à produção.
Buscando pressionar o Governo Federal em defesa da cadeia produtiva, os prefeitos dos municípios produtores se reúnem, hoje, no Paraná para discutir as demandas que serão defendidas na COP 6 que ocorre em outubro, na Rússia. O encontro desta manhã é uma promoção da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), que tem o prefeito de Santa Cruz do Sul, Telmo Kirst, como presidente.
Kirst, através da assessoria de imprensa, disse que defende a diversificação de culturas no campo, porém é contrário à eliminação das lavouras de tabaco. “Todos os prefeitos se preocupam em diversificar a produção, mas queremos primeiro, garantir o que já temos e o que tabaco nos proporciona.” Os produtores reivindicam espaço nas discussões que definirão o futuro da produção no país. Nesta reunião, a diretoria da Amprotabaco definirá os nomes que integrarão a comitiva que planeja participar das discussões na Rússia. A entidade também quer que o governo brasileiro expresse claramente o seu compromisso e se manifeste contrário a qualquer medida que possa colocar em risco as atividades de produção de tabaco em mais de 600 municípios dos três estados do Sul do país.
A cada dois anos a mesma pressão
A 6ª edição do evento mundial que debate os rumos das ações governamentais em uma tentativa de diminuir a comercialização de cigarro, vem preocupando os gestores municipais. Para o prefeito de Venâncio, Airton Artus, os resultados da conferência ainda são uma incógnita, já que o Governo Federal não tem apontado qual defesa será feita na reunião. “Ainda não há uma definição, existem no governo setores mais radicais que não são totalmente contrários a produção de tabaco, e outros que querem a sua proibição total. Mas existem equipes que consideram o valor econômico da cadeia produtiva para o país, e levam isso em consideração.”
De acordo com Artus é necessário manter o posicionamento adotado na COP 5, que foi realizada na Coréia do Sul em 2012. “O Brasil defendeu a proposta de manter as plantações de tabaco enquanto houver mercado, garantindo renda e proporcionando qualidade de vida ao pequeno produtor rural. A cada dois anos sofremos a mesma pressão, esperamos que neste ano seja mantida esta proposta.”
Confira a reportagem completa no flip ou edição impressa de 30/07/2014.