Família mudou-se para Linha Marechal Floriano em janeiro deste ano. (Foto: roni Müller/Folha do Mate)
Família mudou-se para Linha Marechal Floriano em janeiro deste ano. (Foto: roni Müller/Folha do Mate)

Viver a tranquilidade e o sossego do interior não tem preço. Principalmente para quem passou grande parte da infância e da adolescência em um lugar assim, ligado às atividades do campo. Contudo, Marcos Gilmar Seidel, 51 anos, e a esposa Claudete Marisa Brandt, 41 anos, tinham planos de construir uma nova vida na cidade. “Quando casamos, tínhamos o objetivo de deixar a ‘vida pesada’ do interior para tentar um emprego e seguir uma profissão”, recorda Claudete, que é natural de Linha Duvidosa.

Apesar da paixão pelo interior, Marcos, que tinha origens em Linha Isabel, concordava com a esposa. “Apesar das dificuldades, me criei plantando fumo e sempre gostei do interior”, afirma o servidor público e motorista da Capatazia do 5º Distrito.

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Em 1999, o casal mudou-se para o bairro São Francisco Xavier, lugar onde viveram um novo ciclo de vida, com a chegada da filha Mônica Luiza Seidel, hoje com 21 anos.

Com o passar dos anos, a família percebeu que não estava totalmente feliz na cidade. Aliado à vontade de retornar ao interior, Marcos pretendia ficar mais próximo dos pais, Valberto, 78 anos, e Hedy, 80 anos, que ainda moravam em Linha Isabel. “Eles não poderiam ficar mais sozinhos e não queriam morar na cidade”, conta o servidor público, que aproveitou a oportunidade para adquirir uma chácara em Linha Marechal Floriano.

Em outubro de 2015, a família começou a construir na localidade e a planejar o retorno à vida no campo. “Na verdade, o interior nunca saiu dele”, brinca a esposa, que não imaginava voltar, mas está muito feliz com a decisão. “Eu morava a duas quadras do meu trabalho, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Benno Breunig e estava acostumada com escola grande e movimentada. Tive que passar por uma adaptação, mas não estou arrependida”, destaca Claudete, que também é servidora municipal e trabalha na Emef Deolindo Pereira da Costa, de Linha Arroio Grande, e na Emef Santa Isabel, de Linha Isabel.

A mudança foi ainda maior para Mônica. Há três anos, a jovem mudou-se para Estrela para seguir o sonho de ser jogadora de voleibol, quando passou a jogar pelo Colégio Martin Luther/Avates. Depois disso, foi atleta do São José Vôlei, em São José dos Campos, no interior de São Paulo. “Eu caí de paraquedas quando cheguei aqui [em Linha Marechal Floriano]. Há pouco tempo morava em uma república junto com outras meninas e hoje tenho um quarto só para mim. Ainda bem que sou caseira e que nossa casa fica perto da cidade”, conta sorrindo a atleta, que está afastada das quadras em consequência de uma lesão e , atualmente, se dedica ao curso de Fisioterapia.

Tranquilidade do interior

Desde que a família adquiriu a propriedade em Linha Marechal Floriano, Valberto e Hedy Seidel já começaram a plantar na nova localidade. “A Hedy fica na cozinha e cuida da horta e eu ando sempre na rua, tratando dos animais”, conta Valberto.

A família cria porcos, galinhas e cultiva várias árvores frutíferas. “Produzimos a nossa própria alimentação aqui, sem uso de agrotóxicos”, comemora Claudete. Nos fins de semana, Marcos realiza o trabalho mais ‘pesado’ e os pais contribuem nas demais atividades de rotina. “Temos que dar uma ‘segurada’ neles, porque querem fazer tudo”, brinca a neta.

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