A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) finalizou a primeira estimativa para a safra de tabaco 2021/2022 na semana passada: 569.539 toneladas, nos três estados do Sul do Brasil, o que significa uma redução de 9,38% comparado à safra passada, que fechou em 628.489 toneladas. Em termos de área, houve uma redução de 9,78%, passando de 273.317 hectares para 243.590 hectares, nesta safra. Já a expectativa de produtividade é de 2.310 quilos por hectare; na safra passada, ficou em 2.299 quilos por hectare.
O presidente da Afubra, Benício Werner, explica de que forma a entidade chega a estes números de estimativa: “Temos, em nosso Sistema Mútuo, o número de pés inscritos, por tipo de tabaco. A estes números, soma-se o número de pés dos produtores que não estão inscritos no sistema. Mais um percentual usado é o de produtores que plantaram a mais ou a menos que o inscrito. Estes três fatores nos dão a área plantada”.
No Rio Grande do Sul, a estimativa de produção aponta para 265.610 toneladas de tabaco (240.103 toneladas na variedade Virgínia, 24.774 toneladas no Burley e 733 toneladas no comum), cultivados em uma área de 114.058 hectares, com produtividade de 2.329 quilos por hectare. A safra conta com 67.644 famílias produtoras. Comparando com a safra passada, os fumicultores gaúchos reduziram em 7,37% a sua área e a produção deve ficar 6,30% menor, mesmo com uma expectativa de produtividade 1,16% mais alta.
Em Santa Catarina, a projeção é de 164.124 toneladas (152.426 no Virgínia, 10.913 no Burley e 784 toneladas na variedade comum), produzidas em uma área de 70.306 hectares e com produtividade de 2.334 quilos por hectare. As famílias produtoras são 37.960. Num comparativo com a safra passada, a redução na área plantada fica em 12,94%, com a produção 13,45% menor e uma pequena diminuição na produtividade de 0,59%.
No Paraná, a produção deve chegar às 139.805 toneladas (129.784 toneladas no Virgínia, 5.820 no Burley e 4.200 toneladas no comum), em uma área de 62.226 hectares. A estimativa de produtividade é de 2.247 quilos por hectare. O número de famílias produtoras é de 22.844. Os paranaenses reduziram a sua área com tabaco em 10,36%, com uma estimativa de queda de produção de 10,02% e um pequeno aumento na produtividade de 0,38%.
Redução esperada
Werner destaca que essa redução na área produtiva era esperada. “Já havíamos estimado que haveria uma redução de 8% a 10%, em média, no Sul do Brasil. E isso não é negativo, pelo contrário, é necessário, pois há várias safras, a Afubra e as entidades representativas dos fumicultores alertam para a necessidade de adequar a nossa oferta do produto à demanda do mercado”, destaca.
Além disso, para o presidente da Afubra, outro fator que pesou para a diminuição de plantio foi a safra passada. “Foi a grande frustração que os fumicultores tiveram na safra passada, na comercialização. Além disso, com outras culturas dando maior lucratividade, muitos produtores estão investindo, ainda mais, na diversificação de suas propriedades”, pontua.
Preço
- O custo de produção para a safra 2021/2022 está na reta final e está sendo feito em conjunto com representantes das entidades e de cada empresa fumageira. “Esta apuração em conjunto foi uma condição da Comissão de Representação dos Fumicultores para negociar o preço do tabaco, já que o custo de produção sempre foi entrave. Com isso, ao iniciarmos as reuniões poderemos de pronto negociar o preço”, explica o presidente da Afubra, Benício Werner.
- Mesmo com as empresas fumageiras anunciando o início da compra do tabaco já em novembro, ele diz que as negociações devem iniciar apenas em dezembro, após a finalização do custo de produção. “Um dos itens de maior peso no custo de produção é a mão de obra, mais utilizada durante a colheita. Por isso que não podemos definir o preço do tabaco no início de cada safra, o que é de grande anseio dos produtores”, comenta, ao se mostrar esperançoso que, para a atual safra, o produtor consiga uma melhor lucratividade pelo seu tabaco.
9,78%
é o percentual de redução de área nesta safra, totalizando 243.590 hectares.