Trabalhar com gado de corte de qualidade em pequenas propriedades é possível. Em Venâncio Aires, Loreno Antônio de Borba, 65 anos, e Iva Lori de Borba, 61 anos, utilizam os cinco hectares da propriedade em Linha Herval para se dedicar ao rebanho.
Com a assistência técnica da Emater-RS/Ascar, desde o início, Borba conseguiu alcançar a eficiência máxima para aproveitar toda a área de sua propriedade. “Há cinco anos que o negócio engrenou. A qualidade do gado é outra. Hoje, no desmame, com dez meses, o animal já está pronto para o abate, não precisa de confinamento”, comenta o produtor.
O sucesso está aliado à Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) e um bom controle da reprodução com monta controlada para repasse. “Tem que gostar do que se faz. O grande segredo é o manejo. Eu tenho uma propriedade pequena, então preciso manejar eles bem. Tenho 11 piquetes com pastagem de qualidade.”
Quem acompanha a propriedade da família de Linha Herval, desde 2015, é o engenheiro agrícola do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Diego Barden dos Santos, que explica o trabalho realizado e os resultados obtidos. “Seu Loreno já tinha qualidade no gado, era difícil melhorar ainda mais. Mas não tinha padronização. Hoje, com a IATF, em 50 dias, todas as vacas estão parindo e isso ocasiona uma padronização. Eles nascem juntos, crescem juntos, vão na pastagem juntos. Temos padronização do lote.”
No último ano, a média de desmame dos animais foi com sete a oito meses e a média de quilos foi de 276 por animal, macho e fêmea. Borba cria a raça bovina de Angus que é destinada à produção de carne de qualidade superior. “Eu desconheço um número tão expressivo em Venâncio Aires. Alguns saíram do desmame e foram direto para o abate”, conta o engenheiro da Emater.
Inseminação Artificial por Tempo Fixo
O engenheiro agrícola da Emater explica o ciclo do IATF. O início do processo de Inseminação Artificial é com a vacinação das vacas contra doenças reprodutivas. Após ocorre o protocolo de inseminação, no qual as vacas têm ovulação induzida. Em 60 dias, as fêmeas que manifestarem cio após o IATF irão receber um repasse com o touro. “Quando a gente fez o diagnóstico de gestação no último ano, percebemos que das 17 vacas, 16 ficaram prenhas. Quando a IATF chega aos 80% é considerada sucesso. Na propriedade da família Borba chegamos quase aos 100%”, complementa Santos.
Em 2015, quando a família Borba teve o projeto apresentado pela Emater, desconheciam da técnica. “Tudo isso era novo pra gente. Mas tínhamos confiança na informação técnica. Depois que os bezerros começaram a nascer e vimos o peso que alcançavam, percebemos o quanto evoluímos”, frisa Borba, ao comentar que com a inseminação artificial cada animal obteve de 10 a 15 quilos a mais do que anteriormente.
Agora, mais um lote de vacas está na fase final de gestação. A família Borba já aguarda pelos meses de agosto e setembro, que é quando o próximo lote de animais irá nascer. “A cada ano a gente percebe uma melhora”, complementa Borba.
Santos ressalta que o manejo alimentar é fundamental para obter bons resultados. “O Loreno entendeu que dividir a área em piquetes seria uma boa alternativa. A qualidade da pastagem é muito grande com culturas bem adubadas. E na época do vazio forrageiro ele realiza a suplementação com silagem. Isso garante uma vaca saudável”, destaca Santos. A média na propriedade de Borba é de quatro animais por hectare, e que sobe para oito, quando nascem os terneiros. Conforme Santos, essa é uma lotação extremamente alta.
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