Com o propósito de promover a valorização de alimentos locais e da época, bem como estimular as famílias rurais e urbanas a buscarem uma alimentação mais saudável e nutritiva, a Emater realizou ações que marcaram a Semana da Alimentação em Venâncio Aires. Foram quatro dias de atividades na cidade e no interior com o tema ‘Segurança alimentar e nutricional: estratégias e ações integradas em tempo de pandemia’.
Conforme a extensionista rural social, Viviane Röhrs, o foco foi enaltecer o tema e promover ações, como as oficinas e as rodas de conversas que resgatam a cultura alimentar que os produtos industrializados foram mascarando com o passar dos anos.
Assim como as atividades reflexivas desenvolvidas, as oficinas culinárias destacadas por Viviane propiciaram aos participantes um olhar mais atento à cadeia produtiva de alguns alimentos, principalmente aqueles que foram utilizados nas receitas pensadas como forma de diversificar a alimentação. “Usar cenoura e beterraba em bolos, e ervas medicinais em pães e patês; prevenir doenças crônicas não transmissíveis como a diabetes e colesterol, diminuindo ou eliminando o uso de açúcar e farinhas brancas, sem no entanto perder o sabor ou ter que acessar ingredientes que não fazem parte da rotina.”
Oficina de morango
A última atividade da semana ocorreu na sexta-feira, 16, na propriedade de Carina Pires e Leandro Hickmann, em Linha Antão. Na oportunidade, o público apreciou a produção de uma torta de morango com a fruta que é produzida na propriedade. “É uma gratidão receber todos na nossa propriedade. Um momento de troca de conhecimentos. Tenho certeza que a tarde foi diferente, sem contar na integração da comunidade”, enalteceu a anfitriã Carina.
Letícia Eichenberger, 24 anos, foi uma das participantes da oficina de culinária em Linha Antão. O interesse surgiu após a formada em Design, moradora de Linha Tangerinas, voltar para o interior e apostar na hidroponia. “Pensei em uma alternativa, queria fazer algo na rua. Agora estou com a estufa pronta e em março chegam minha mudas de morangos, quando pretendo iniciar o cultivo. Esse momento aqui serve de aprendizado e troca de experiências”, comentou a jovem.
De acordo com a engenheira agrônoma Djeimi Isabel Janisch, um dos pontos positivos da Semana da Alimentação foi a participação de jovens. “A forma de se alimentar é habito, e a preocupação das jovens mulheres para esta questão é fundamental, já que são normalmente elas as responsáveis pela escolha e formas de preparo dos alimentos da família. Neste sentido, a integração de mulheres de diferentes gerações e diferentes comunidades evidencia diferentes hábitos e promove troca de experiências.”
Outra questão destacada pela profissional que atua no escritório da Emater/RS-Ascar de Venâncio Aires é a valorização dos produtos locais, promovendo a comercialização em âmbito de cadeias curtas, adquirindo produtos em feiras locais, agroindústrias ou aquisição direta na propriedade que traz saúde à mesa. “Uma vez que foram menos manipulados e cria-se laços de confiança entre produtor e consumidor, garantindo o consumo de produtos de qualidade e sem resíduos. Além de estimular a economia local”, enaltece Djeimi.
“Entender a origem e formas de cultivo de cada alimento sensibiliza as pessoas a priorizarem alimentos locais em seu cotidiano. Conhecer e resgatar as funções nutracêuticas dos alimentos colabora para o consumo de alimentos saudáveis, com qualidade e que são disponíveis na maior parte das propriedades rurais.”
VIVIANE RÖHRs – Extensionista Rural Social