Unidade de observação de batatinha em Venâncio busca explorar mercado

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A batata inglesa, conhecida apenas como ‘batatinha’, é um alimento cultivado por poucas famílias. Há alguns anos, era comum ir em propriedades rurais e conhecer diversas variedades do legume. No entanto, com o tempo, a tradição foi se perdendo e muitas famílias deixaram a batatinha de lado. Conforme a extensionista rural da Emater-RS/Ascar do escritório de Venâncio Aires, Djeimi Janisch, existe uma dificuldade de cultivo na região. “Não se vê batatinha na feira e em mercados institucionais. A cultura acabou ficando um pouco de lado. Perdemos esse hábito.”

Dessa forma, um estudo da Emater/RS-Ascar, que começou no ano passado, já começou a apresentar resultados na tentativa de aumentar o volume da plantação do tubérculo no Vale do Rio Pardo para, no futuro, atender fins comerciais.

O estudo já teve uma primeira fase no ano passado, quando uma unidade de observação foi implantada em Passo do Sobrado, na localidade de Rincão Nossa Senhora. Agora, na segunda fase, a propriedade de Eroni Fontanive, em Linha Bem Feita, no interior de Venâncio Aires, recebeu a unidade de observação, onde foram cultivadas cinco variedades: BRS Ana, BRS Asterix, BRS Camila, BRS Bel e BRS Macaca.

Quatro variedade já foram colhidas na primeira semana de julho. A outra deverá esperar mais alguns dias até estar ‘no ponto’. Na caderneta de anotações do produtor estão os resultados dessa experiência. “Achei muito interessante resgatar essa cultura. Fazia muitos anos que a gente não plantava mais. A última vez eu era criança ainda”, cita o agricultor.

Segundo Fontanive, a variedade BRS Ana (rosa) foi a que melhor se desenvolveu e produziu. “Ela foi a melhor de todas em sanidade da folha e da batata. De 84 sementes, tiramos 110 quilos de batatinha”, conta o produtor. A extensionista rural que acompanhou a unidade de observação salienta que a produtividade chegou em 1,3 quilos por pé, na variedade BRS Ana.

“Já deu para perceber que cada uma tem seu ciclo, seu tempo. Não usei tratamento químico, apenas produtos orgânicos. As pessoas podem até achar que elas estão feias, mas para ter uma batata lisa e perfeita é necessário uso de agrotóxico. Então, assim posso afirmar que dá para ver a saúde na batatinha”, cita Fontanive.

A Emater avalia que os resultados foram positivos na Unidade de Observação. “Foi um cultivo convencional, mas o produtor não fez o uso de agrotóxico. Esse é um diferencial. Se observou que dá certo e que tivemos uma boa produção”, comenta Djeimi.

A proposta é fazer com que, a cada ano, mais agricultores do município se interessem em cultivar a batatinha para que ela possa ser comercializada em feiras e mercados institucionais, como os Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Fontanive já colheu 341 quilos de batatinha – a quantidade ainda irá aumentar, pois a variedade Bel ainda está na lavoura. As vendas estão ocorrendo na feira da Cooperativa dos Produtores de Venâncio Aires (Cooprova), mercados institucionais e diretamente na propriedade, por R$ 2,50 o quilo.

A ideia do agricultor é continuar com o cultivo. “Ano que vem quero plantar de novo. Temos mercado, espero que mais produtores apostem nesse cultivo. O segredo é plantar em terra que não se cultiva o tabaco, pois, se fizer isso, a batatinha terá a murchadeira”, aconselha o produtor.

Saiba mais

• 24 quilos de batatinha sementes foram plantadas em março, divididas em cinco variedades.

• Quatro variedade foram colhidas e a Bel ainda está na lavoura.

• 341 quilos foi a produtividade com quatro variedades de batatinhas.

 

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