Foto: Vanessa Behling / Folha do MateNas ruas, principalmente na região central de Venâncio, os cabos eleitorais não passam despercebidos. Parados nas esquinas ou caminhando pelas calçadas, sozinhos ou em grupos, são peças-chave da campanha de muitos candidatos
Nas ruas, principalmente na região central de Venâncio, os cabos eleitorais não passam despercebidos. Parados nas esquinas ou caminhando pelas calçadas, sozinhos ou em grupos, são peças-chave da campanha de muitos candidatos

Faltando 29 dias para as eleições municipais, a campanha está nas ruas. Carros de som circulam com os jingles e números de candidatos e os ‘santinhos’ já estão chegando nas caixas de correio das casas e são distribuídos nas ruas pelos voluntários e cabos eleitorais.

A reportagem da Folha do Mate foi às ruas e ouviu eleitores e quem depende da atividade para garantir uma renda extra. Perguntado sobre o que acham das formas de fazer campanha dos candidatos de Venâncio, os eleitores responderam que a panfletagem, circulação de carros de som, a abordagem nas ruas são válidas, pois são formas de apresentar e de divulgar as propostas dos candidatos, fazendo uma campanha ‘limpa’, dentro da lei. 

Voluntário na divulgação da campanha de uma chapa à majoritária, Michael Stolben, 32 anos, conta que a população tem se mostrado bem receptiva. “Acredito que a diminuição do tempo da campanha seja um dos motivos, além disso, o eleitor está consciente que precisa ouvir as propostas, avaliar em quem deva confiar seu voto. Dificilmente vejo alguma rejeição quando é feita a entrega de panfletos”, conta Michael, que é motorista, mas se licenciou 30 dias da atividade para fazer campanha voluntária. 

Cabo eleitoral pela primeira vez, a aposentada Célia Bitsch, de 62 anos, diz que nessa primeira semana de panfletagem já viu e ouviu de tudo. “Alguns reclamam, xingam, mas entra em um ouvido e sai no outro. Já tem outras pessoas que passam reto e não pegam, mas em compensação tem aquelas que param, pegam o santinho, que sorri e que demonstram apoio.” Um problema de saúde impossibilitou Célia de trabalhar. Morando sozinha e dependente de um salário mínimo, é em bicos como este que encontra uma forma de garantir um ‘dinheirinho’ extra. “De segunda a sexta, das 8h30min às 11h30min e das 13h30min às 17h30min por esses 30 dias antes das eleições tenho esse compromisso que me garante uma boa renda”, enfatiza. 

Foto: Vanessa Behling / Folha do MateCélia Bitsch e Olinda Marques encontram na panfletagem uma forma de assegurar uma renda extra
Célia Bitsch e Olinda Marques encontram na panfletagem uma forma de assegurar uma renda extra

Se para dona Célia esta é uma experiência nova, para a dona Olinda Rodrigues Marques, de 75 anos, não tem novidade. Pelo contrário, pois há cerca de dez anos vem realizando campanha e panfletando para o mesmo candidato a vereador. A aposentada, que também está nas ruas há uma semana, não esconde que é uma forma de garantir uma renda a mais, mas ela enfatiza que faz porque adora participar ativamente das campanhas eleitorais. “Faço isso sempre com um sorriso no rosto, pois é bom demais estar no meio do povo, conversar com pessoas diferentes e acima de tudo apoiar o candidato que acredito ser merecedor de uma cadeira na Câmara.”

‘Derramamento’ de santinhosMas se durante os dias que antecedem a eleição, os santinhos são uma opção para apresentar os candidatos e chegar mais fácil aos eleitores, no dia da eleição é proibida a panfletagem. Além disso, o ‘derramamento’ dos ‘resíduos eleitorais’ dos candidatos, com suas toneladas de santinhos deixados aos pés dos eleitores e entupindo bueiros, é uma atitude que ‘pega mal’ para os candidatos e dá trabalho para a população que acaba se vendo obrigada a limpar a frente de suas casas, sem contar a poluição. Mas, infelizmente, em Venâncio, a cena se repete a cada eleição. A expectativa fica a cerca da consciência dos candidatos que buscam ser os novos representantes de Venâncio a partir de 2017.

Em vários locais do país, os tribunais e ministérios públicos eleitorais fazem campanhas, monitoram severamente o ‘derramamento’ de santinhos na noite anterior a eleição e aplicam multas. Em Mato Grosso, por exemplo, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso lançou a campanha Cidade Limpa Eleições 2016. Com o slogan ‘Candidato que joga santinho na rua não merece o seu voto’, o objetivo é conscientizar os candidatos e a sociedade quanto aos danos ambientais, e também de segurança, provocados pela prática de jogar santinhos nas ruas, próximo aos locais de votação, na véspera do pleito.

CAMPANHA ‘LIMPA’

Foto: Vanessa Behling / Folha do MateVoluntário Michael Stolben comemora a receptividade da população com a campanha
Voluntário Michael Stolben comemora a receptividade da população com a campanha

Veículos de somPodem circular das 8h às 22h e a distância mínima de 200m de hospitais, escolas, bibliotecas, quartéis, igrejas, teatros e sedes dos poderes.

Propaganda em carrosVeículos não podem ser ‘envelopados’ com propaganda. São permitidos adesivos comuns, de até 50cm x 40cm. No vidro traseiro, adesivo no tamanho máximo está liberado.

Propaganda de ruaProibido usar cavaletes e outdoors.Proibido pintar casas ou muros, ou colocar faixas com nome e número do candidato.Nas casas, só é permitido cartaz ou adesivo que não supere meio metro quadrado.Santinhos estão liberados, com exceção do dia de votação.

ComíciosSó podem ocorrer entre 8h e meia-noite.A exceção é o comício de encerramento, que pode ir até as 2h.Showmícios estão proibidos.