O fim da semana com o maior número de casos de Covid-19 registrados em Venâncio Aires trouxe um panorama alarmante. Antes mesmo de o governador do Estado, Eduardo Leite, divulgar que a região está classificada com bandeira preta no mapa de Distanciamento Controlado, o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) havia anunciado, na tarde de sexta-feira, 19, que a capacidade para internações de pacientes com coronavírus estava totalmente esgotada.
A superlotação se refere tanto a leitos clínicos quanto aos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Já acomodamos pacientes em outros leitos fora do setor Covid-19 e não temos mais condições de acomodar ninguém no hospital. Qualquer pessoa com Covid que precisar de internação será transferida”, alerta o presidente do HSSM, Luciano Spies.
Ao todo, são 13 leitos do setor Covid e, até a noite de ontem, eram 19 pacientes internados. Além disso, dez pacientes na UTI Covid, – que oficialemnte tem oito leitos. Segundo Spies, já houve alterações na estrutura do hospital e, provavelmente nos próximos dias, será necessário restringir o atendimento no plantão.
A situação de colapso do atendimento de saúde já dava pistas na segunda e na terça-feira, quando a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) atendeu 511 pacientes em dois dias – muitos deles, com sintomas de Covid –, no feriadão de Carnaval. Ao longo da semana, foram contabilizados 325 novos casos de coronavírus em Venâncio. Com os 106 contabilizados na sexta-feira, o município atingiu o pico de casos ativos da doença, com 233 pessoas hospitalizadas ou em isolamento domiciliar.
“Com certeza, é o pior momento da epidemia em termos de processo de atendimento. Estamos todos sobrecarregados.”
SANDRA KNUDSEN – médica infectologista
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Carla Lili Müller, também reforça a necessidade de as pessoas redobrarem os cuidados para não se infectarem. Além dos casos já confirmados, 248 pacientes aguardam resultado do teste PCR do Laboratório Central do Estado (Lacen). “A situação mais difícil que já passamos é a do momento atual. O sistema está sobrecarregado.”