Quem já não teve que agir contra o temido piolho? Antigamente, o inseto era visita frequente em escolas e crianças levavam o piolho para suas casas, infestando, por vezes, até uma família completa. Hoje, pouco se ouve falar e, aparentemente, os casos são quase nulos em Venâncio Aires, mas nunca é demais falar sobre o assunto e passar dicas de como evitar o ‘ataque’.
De acordo com o pediatra Vilson Gauer, a proliferação dos piolhos não é ligada à falta de higiene e todos têm chance de contrair. “A condição pode ser maior em lugares mais pobres, mas isso acontece porque as pessoas demoram muito para tratar. Isso faz com que ele continue ali”, explica.
O piolho tem também a capacidade de colocar muitos ovos, que ficam a um ou dois centímetros do couro cabeludo, no fio do cabelo. “Se em uma cabeça estiver pelo menos um casal de piolhos, a reprodução não termina e novos ciclos são iniciados, por isso ele é difícil de ser eliminado”, afirma.
Gauer confirma que, apesar do número de casos ter reduzido drasticamente, nos postos de saúde onde atende, por vezes, surge um caso por mês, ou nem isso, o que é uma boa notícia.
Os piolhos provocam lesões na pele e no couro cabeludo devido à coceira e o desconforto, o que pode piorar para inflamações e infecções. “A eliminação tem que ser total no local da infestação. Para ser bem sucedido, a família toda deve fazer o tratamento”, comenta. O mais indicado é fazer uso de xampu parasiticida uma vez na semana por quatro semanas. Gauer explica que também existem medicamentos orais para tratar os piolhos, porém são mais agressivos e menos seguros.
O tratamento é longo e todos os integrantes de uma casa ou escola devem fazer ao mesmo tempo. Gauer explica que isso é necessário para eliminar todo o ciclo dos piolhos. “O xampu só consegue matar os piolhos e não as lêndeas, que contêm os ovos, por isso do tratamento ser repetitivo a cada semana. Assim, quando elas se tornarem piolhos adultos, também serão exterminadas”, esclarece. O que pode ajudar na eliminação da lêndeas, conforme Gauer, é fazer uso de um pente fino nos cabelos com água ou vinagre.
“A expansão do piolho está mais contolada no município, talvez por todos terem acesso ao tratameno correto e cuidarem mais da saúde.”
VILSON GAUER
Pediatra
O que é o piolho?
• É um pequeno parasita, um inseto que tem muitas espécies. Aquele que afeta os seres humanos é o Pediculus capitis. Este tipo de piolho se concentra na cabeça das pessoas, se prolifera através do contato com o humano e, principalmente, com o calor do couro cabeludo. O pediatra Vislon Gauer explica que o piolho tem a capacidade de saltar até dois metros, por isso, em uma casa, escola ou local que uma pessoa tenha o inseto, quem está ao redor, tem grandes chances de também ser atacado.
Quando pegar piolho era “normal”
A professora de Educação Infantil, Marlice Rosani Wenzel Herdina, 54 anos, atua há 29 anos na área e confirma que antigamente era “natural” uma sala inteira de alunos ser contaminada por piolhos. “Até a diretora e professoras pegavam”, completa.
Marlice conta que ela nunca chegou a pegar e o procedimento era avisar os pais das crianças para que providências fossem tomadas. O que nem sempre acontecia. “Quando os pais não faziam nada, pegávamos pentes finos e passávamos nos cabelos das crianças”, afirma.
Porém, atualmente, a professora confirma que os casos de piolhos não acontecem mais nas escolas. “De uns 10 anos para cá, diminuiu bastante a proliferação de piolhos”, destaca Marlice, que há três anos trabalha com crianças de 1 a 2 anos. “Acho que agora os pais e as pessoas no geral estão mais conscientes”, indica.
Sem casos
• Conforme o secretário de Educação, Émerson Eloi Henrique, os casos de proliferação de piolhos nas escolas de Venâncio Aires têm diminuído muito e estão praticamente extintos no momento.
• Isso se deve, principalmente, à pandemia, que isolou os alunos e, agora, no pretorno presencial, o distanciamento é um fator que favorece a não proliferação dos piolhos.
• Sobre os procedimentos feitos na confirmação de um caso de piolho em uma criança, Henrique comenta que uma cartilha de condutas para escolas foi encaminhada para revisão pela Secreataria de Saúde e aguardam retorno.
• “Acredito que, tendo um caso, a primeira ação a ser feita é comunicar a família para que procure orientação no posto de saúde”, afirma.
LEIA MAIS: