Em um mundo onde a correria tomou conta do dia a dia, onde o ‘meu’ tornou-se mais forte que nada, surgem diversos meios que vão de encontro a isso e provam, que nem tudo,

Foto: Divulgação .

tomou esse rumo.

Jovens, adultos e idosos não desapegaram da tradicional e habitual leitura em livros físicos, comprando, retirando na biblioteca e, o mais bonito de tudo, compartilhando. Seja com o vizinho, amigo ou desconhecido.

Além disso, esse ato vem sendo feito de uma maneira ‘atualizada’ e tecnologia, através das redes sociais. Depois dos grupos no Facebook para ‘briquear’ móveis e roupas. Surgem os ‘Sebos’, já conhecidos daqueles que gostam de fazer um ‘troca-troca’ com os livros por um ‘preçinho’ mais em conta.

Apesar da busca pela plataforma ainda não ser expressiva, mais de 1 mil pessoas já participam do grupo, entre os moradores de Venâncio estão os de outras cidades. E é justamente neste espaço que é possível comprar e vender livros por valores mais inferiores, mas mesmo com todas essas possibilidades o índice de leitura continua baixo no Brasil. Segundo o ministro da Cultura, Juca Ferreira, em pronunciamento feito durante o Seminário Internacional sobre Políticas Públicas do Livro e Regulamentação de Preços, no ano de 2015, que o índice de livros per capita ano é de apenas 1,7 por ano.

E foi nesta ocasião que o ministro solicitou uma campanha de leitura semelhante a da paralisia infantil, mas, apesar dos grupos nas redes sociais de comercialização com o valor inferior, o círculo de troca ainda é baixo e a leitura, ainda, mínima.

INCENTIVOMas, há quem diga que a leitura precisa ser cultivada desde cedo. E foi exatamente o que aconteceu com a professora de Língua Inglesa, Bruna de Quadros Etges, 23 anos. O incentivo veio da família, da madrinha que liam, quando criança, histórias fantásticas e mágicas, conforme descreve. “Quando tinha dez anos, minha avó me presenteou com um livro incrível que até hoje sou muito fã, o primeiro livro da série Harry Potter. A partir daquele momento pude perceber o quão surpreendente era o mundo dos livros, das histórias, de cada página lida, o que cada volume poderia trazer de extraordinário para a minha vida”, conta.

Foto: Arquivo Pessoal .

Em paralelo a isso, é preciso dividir, aprender a se ‘desapegar’. E Bruna viu que precisava se desapegar quando saiu da casa da mãe e foi ter a casa própria. “Era tantos livros que não haveria espaço para todos, achei melhor me desfazer e somente levar os que realmente eu gostava”, afirma.

A opção por vender em um Sebo se deu porque Bruna acredita que é uma forma de aproximar pessoas que curtem ler, “e também por ser um lugar que os livros tem um preço mais em conta.”

Mas, na mesma intensidade que se desfaz, Bruna também compra novos. “Em alguns casos, quando acho que o livro já está ocupando espaço na estante ou quando eu não tenho mais aquele ‘sentimento’, aquela coisa especial por ele, geralmente eu vendo ou dou de presente para alguém especial”, salienta.