Em Venâncio Aires, de acordo com a Receita Federal, a InDeal arrecadou R$ 7.826.131,57 (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)
Em Venâncio Aires, de acordo com a Receita Federal, a InDeal arrecadou R$ 7.826.131,57 (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

Comunicado divulgado pela Procuradoria da República do Rio Grande do Sul revela que os valores bloqueados da InDeal, por determinação da Justiça Federal, são insuficientes para ressarcimento de investidores. E esta não é a única má notícia para quem empregou recursos na empresa. Informação disponibilizada pelo órgão oficial é de que a devolução de valores será realizada somente depois do encerramento do processo.

Em Venâncio Aires, de acordo com a Receita Federal, a InDeal arrecadou R$ 7.826.131,57. Não há informações oficiais, no entanto, sobre o número de pessoas prejudicadas. Duas ocorrências foram registradas na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). Os negócios da empresa foram encerrados em todo o Brasil no fim de maio deste ano, depois de uma investigação deflagrada pela Polícia Federal – batizada de Egypto, em uma relação dos negócios com esquemas conhecidos como pirâmide financeira.

No esquema, os golpistas atraíam as vítimas e prometiam retorno de 15% de lucro sobre o valor investido. Eles alegavam que a quantia seria colocada em criptomoedas. A empresa está sendo denunciada pelos crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A ação penal que investiga a atuação da InDeal é pública. Ou seja, qualquer cidadão pode ter acesso aos autos e acompanhar o processo.

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FIQUE POR DENTRO

  • Oficialmente, a InDeal, com sede em Novo Hamburgo e composta por cinco sócios, captou mais de R$ 1 bilhão de investidores em pouco mais de um ano, em 823 cidades do Brasil.
  • No Rio Grande do Sul foram 288 municípios. Em um ano, segundo declarações de delegados da PF, R$ 300 milhões sumiram das contas que seriam do dinheiro dos investidores.
  • Durante as investigações, foi descoberto que os sócios adquiriram imóveis, veículos e joias, com valores muito acima da condição social que possuíam.
  • Por um apartamento em Florianópolis, por exemplo, pagaram R$ 6,5 milhões. Foram apreendidos 36 veículos de luxo, com valores de compra que variam entre R$ 100 e R$ 500 mil. Além dos cinco sócios, outras pessoas foram presas.