Pavimentar a rua Augusto de Moraes, popularmente conhecida como Corredor dos Gauer e que liga os bairros Santa Tecla e Bela Vista, era uma vontade da Administração Municipal que acabou sendo revelada, mas que não será concretizada neste momento em razão do alto custo de investimento e da necessidade, inclusive, de desapropriações para o cumprimento do que determina o Plano Diretor de Venâncio Aires.
Em coletiva de imprensa convocada para a tarde desta segunda-feira, o prefeito Airton Artus tratou do assunto e esclareceu os motivos que levaram o Município a usar os R$ 3 milhões oriundos de financiamento junto ao Badesul para obras de recapeamento asfáltico de ruas centrais da cidade. O valor, segundo ele, não seria suficiente para custear sequer a metade do projeto previsto para o Corredor dos Gauer, orçado inicialmente em R$ 6 milhões, aproximadamente, e que poderia chegar a R$ 7 milhões com as atualizações.A obra do Corredor dos Gauer, que está prevista no Plano Diretor, faz parte do sonhado ‘anel viário’ de Venâncio Aires e teria faixa de tráfego, ciclovia, calçada e acostamento, resultando em uma via de 21,6 metros de largura. A extensão total é de 2.280 metros, permitindo a ligação entre os bairros Santa Tecla e Bela Vista. “Quando ficamos sabendo que o Badesul liberaria R$ 3 milhões, ficamos entusiasmados, pensando que ‘agora vai’, porém o Plano Diretor contemplou aquela localidade com uma obra mais audaciosa. Acho até que a intenção foi boa, mas está em desacordo com a realidade”, argumentou Artus.
PRODUTIVIDADEO prefeito disse ainda que entende que as comunidades se mobilizem para pedir pavimentação, uma vez que “a produtividade da Administração em relação a estas obras de pavimentação é tão grande que todo mundo quer”, acrescentando ainda que “quanto maior é a nossa eficiência, mais demandas vêm à nossa porta”. O chefe do Executivo aproveitou para citar os 68 quilômetros já pavimentados de vias durante a sua gestão, e pediu a compreensão da comunidade no sentido de aguardar por mais recursos. “Não queremos prejudicar nem favorecer ninguém. é justo o pedido dos moradores, mas agora não há verbas disponíveis. Não é falta de empenho e o próximo governo deve encaminhar a questão”, declarou.
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Discussão ganha ares políticos
Embora não tenha citado nomes na coletiva de imprensa, à tarde, na parte da manhã Airton Artus postou um vídeo no Facebook onde menciona o atual vice-prefeito, Giovane Wickert – que na época da aprovação do Plano Diretor era secretário de Planejamento -, dizendo que ele seria o responsável por uma “avaliação equivocada” do planejamento para a estrada. “Tem gente que não ajuda e ainda atrapalha. Pior do que isso, tenta tirar proveito da situação, mas a verdade é a verdade e essa sempre vem à tona”, afirmou o prefeito no vídeo, gravado no Corredor dos Gauer, claramente se referindo a Wickert.O vice-prefeito contra-atacou. De acordo com ele, o Plano Diretor foi construído com apoio técnico e avalizado por Airton Artus. Giovane Wickert criticou a “mistura” que Artus estaria fazendo com os atos políticos e institucionais, notadamente, na sua opinião, em razão da proximidade da eleição, já que o vice-prefeito é pré-candidato à majoritária. “Plano é diretriz, não é lei, portanto pode ser revisto e alterado de acordo com a realidade dos projetos. No entanto, acho melhor pensarmos em contemplar a comunidade com esta obra tão importante para colaborar com a fluidez do trânsito na região e desafogar outras vias. Mas tem que fazer o orçamento logo, para não dar problema depois”, alfinetou.
CâNDIDOQuem também entrou no debate foi o vereador José Cândido Faleiro Neto (PT). Ele foi até o local onde ocorreu o fechamento da via e postou nas redes sociais uma foto e uma mensagem através da qual avalia como justo o protesto dos moradores, “pois a tão sonhada pavimentação, reivindicada há mais de 20 anos, está ameaçada”. Conforme o petista, “numa atitude traiçoeira e eleitoreira o prefeito quer remanejar a pavimentação pra onde já tem paralelepípedo, pois tem densidade eleitoral maior”. Cândido estava estava acompanhado do presidente da sigla e vereador em exercício, Edemir Freda, o Fredinha, e de Arnildo Camara (PTB). Outras lideranças políticas também foram dar apoio ao protesto.