
A sessão da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires da noite desta segunda-feira, 6, terminou na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde a vereadora Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT) foi registrar um boletim de ocorrência por injúria e difamação contra o também vereador Eduardo Kappel (PP), que durante uma discussão no período de Comunicações – quando os parlamentares utilizam a tribuna para fazer os seus pronunciamentos – a teria chamado de prostituta.
Acompanhada dos colegas de partido – Sid Ferreira e Tiago Quintana -, além de assessores e familiares, Ana Cláudia tentou acessar o plantão da Polícia Civil, mas em razão da greve da categoria, foi orientada a fazer o registro online. Ela, no entanto, afirmou que vai voltar na DPPA na manhã desta terça-feira, 7, pois quer proceder o registro pessoalmente. “Chega, foi longe demais. Meu pai, meu marido e meu filho ouviram tudo em casa, pelo rádio. Isso vai ter que acabar”, disse ela.
BATE-BOCA – O episódio ocorreu logo depois que Ana Cláudia ocupou a tribuna, quando aproveitou para dizer que lamentava a decisão tomada horas antes pelos integrantes da Comissão de Ética – presidente Ezequiel Stahl (PTB) e membros Tata Haussen (Rede Sustentabilidade) e Clécio Espíndola, o Galo (PTB) -, de acompanharem parecer do Departamento Jurídico do Legislativo pelo arquivamento da representação protocolada pelo PDT para que Kappel fosse investigado por envolvimento em suposta negociação de sentença de indulto, junto ao Tribunal de Justiça, para um condenado a 36 anos por tráfico de drogas.
A pedetista também comentou sobre equívoco da atual Administração em envio de documentação para comprovar prejuízos da comunidade de Mariante com as cheias deste ano, o que teria inviabilizado o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), verba geralmente liberada pelo Governo Federal para que os cidadãos afetados por eventos da natureza possam enfrentar os prejuízos. Depois de comentar sobre estes e outros assuntos, Ana Cláudia voltava para o seu lugar no plenário quando Kappel – que já tinha utilizado a tribuna – fez comentários sobre o pronunciamento, o que irritou a vereadora do PDT.

Ciro Fernandes (PSC), que se preparava para os seus sete minutos de tribuna, declarou que estava “declinando da fala” em razão do bate-boca que se iniciou no plenário. Foi neste momento que, entre um xingamento e outro, o progressista teria usado o termo “prostituta”. Vários parlamentares, inclusive de situação, passaram a pedir calma aos colegas. Tiago Quintana, no entanto, cobrou do presidente da Casa, Gilberto dos Santos (PDT), uma atitude: “Vamos, presidente! O senhor precisa se manifestar. Ele (Kappel) já desafiou o Adelânio (Ruppenthal, do PSB) e a Izaura (Landim, do PMDB) aqui dentro e ninguém faz nada”. Ana Cláudia se uniu ao colega de partido nas críticas ao presidente do Legislativo: “O senhor é conivente com estas situações”.
INTERRUPÇÃO – Em virtude do clima pesado, Gilberto dos Santos resolveu suspender a sessão por dez minutos. Ainda passariam pela tribuna os vereadores Sid Ferreira, Ezequiel Stahl e Gilberto dos Santos, além de Ciro Fernandes, mas todos acabaram concordando que o melhoria seria o encerramento da sessão. A partir a pedetista Ana Cláudia passou a exigir o áudio com a gravação da sessão, inclusive indo até a sala onde ficam os equipamentos utilizados para a transmissão dos encontros da Câmara. Informações preliminares dão conta de que não teria ficado audível a parte da gravação onde Eduardo Kappel usou o termo “prostituta”. Os pedetistas, entretanto, prometem reunir as provas e fazer nova investida contra o progressista, que deixou a Câmara assim que a sessão foi dada por encerrada, sem comentar o episódio.
Os detalhes da sessão e a repercussão do que aconteceu na noite desta segunda-feira estarão na edição impressa da Folha do Mate desta quarta-feira, 8.
