Foto: Edemar Etges / Folha do MateErva vem sendo usada para outros produtos como chás e refrigerantes
Erva vem sendo usada para outros produtos como chás e refrigerantes

O setor da erva-mate está se adequando à realidade. Passamos um longo período onde os preços do produto estiveram abaixo do custo de produção, passando no final de 2012, 2013 e início de 2014 à extrema valorização, o que ocasionou uma certa retração de consumo, levando seus agentes em 2014 e início de 2015 a uma adequação nos preços, chegando ao ponto que hoje está”. A afirmação é do presidente do Sindicato das Indústrias de Erva-Mate do Rio Grande do Sul (Sindimate/RS) e empresário venâncio-airense, Gilberto Heck, ao avaliar a realidade da cadeia produtiva hoje.

Heck defende a necessidade de somar esforços de todo setor para que não se volte a praticar preços que inviabilizarão o setor. Ele acredita que o setor deve permanecer neste atual patamar, pois somente assim continuará a ser um setor que gera trabalho para aproximadamente 30 mil famílias no Sul do País, e mais de 100 mil empregos diretos e indiretos. “O grande desafio que temos pela frente será encontrarmos mercado para acrescente oferta de matéria prima que haverá nos próximos anos, pois foi plantada muita erva-mate e esse produto começa a entrar no mercado de 2016 em diante”, observa.O empresário acentua que o que setor está com uma boa eminência de um aumento substancial no consumo de vários produtos à base de erva-mate, principalmente chás e refrigerantes, pois estão sendo exportadas pequenas quantidades do produto para vários países. Heck observa que estes subprodutos podem aumentar, em muito, o consumo de erva-mate. “Estamos, hoje, destinando nossa matéria-prima para o mercado interno e 80% de nossas exportações estão indo para o Uruguai, que é grande consumidor de chimarrão. A erva-mate chama atenção do mundo por seus benefícios à saúde”, destaca.

Metal pesadoEm outubro de 2014, o governo do Uruguai denunciou a presença de metais pesados como cádmio e chumbo na erva-mate brasileira. Ao falar sobre como está a situação hoje, Heck coloca que a Agência Nacional de Saúde (Anvisa) e o Ministério de Relações Exteriores do Brasil, estão gestionando junto aos países do Mercosul – Uruguai, Paraguai, Argentina e Venezuela, a adequação dos parâmetros da RDC 42, que é uma legislação colegiada do Mercosul e sua alteração depende de todos os membros. “Após aprestarmos mais de mil análises feitas em laboratórios particulares onde isenta a extrato aquoso, de qualquer contaminação, encerrou-se qualquer risco a saúde o consumo do chimarrão”, garante.