O PMDB sabe o poder que possui. Ele é o maior partido em expressividade de filiados, em Venâncio Aires, e acumula o legado de ter governado o município por várias gestões, mas até agora, quando o assunto é eleições municipais a estratégia do partido é o silêncio. A cautela adotada pela direção e, por alguns membros, mostra exatamente que o partido sabe que pode influenciar totalmente os resultados das urnas em outubro.
Ex-presidente do partido e um dos filiados mais antigos, o advogado Paulo Mathias Ferreira afirma que o PMDB tem dialogado com diversos partidos, entre eles, o PDT, PT e com a chamada Terceira Via – grupo articulado pelo PSDB. Porém, tanto ele como o presidente do partido, José Ademar Melchior – o Zecão, apontam que o partido definirá se terá candidato próprio a majoritária, ou se fará aliança com outro partido – ficando com a vaga de vice-prefeito, somente em abril. Porém, Ferreira declara que a posição que o partido assumir terá grande peso no cenário eleitoral do município. “Se nós formarmos uma aliança com Giovane Wickert (PT), ele será eleito. Se nossa aliança ocorrer com o Jarbas da Rosa (PDT) ele será o próximo prefeito da cidade. Agora, se ingressarmos na terceira via, vamos incomodar muito e podemos até sair vitoriosos desse pleito”, comenta.O partido está confiante e, as demais siglas que almejam governar a cidade nos próximos anos sabem a influência que o partido pode gerar no processo que se aproxima. Desde o final do bipartidarismo no final da década de 80, dos nove mandatos, o PMDB governou a Capital do Chimarrão por seis mandatos, três deles liderados pelo ex-prefeito Almedo Detemborn. Diante disso, engana-se aqueles que pensam que o partido não possui nomes para as eleições e, que a única alternativa, seria se contentar com uma vaga de vice na majoritária. O PMDB cogita pelo menos cinco nomes. Um deles é do próprio presidente da legenda, que tem a vantagem de presidir a Câmara de Vereadores – espaço que garante visibilidade em ano de eleições. Além dele, o próprio Zecão aponta também o nome da vereadora e ex-primeira dama, Helena da Rosa, e da ex-vereadora, Izaura Landim. Já Ferreira aponta Nilson Lehmen e o ex-prefeito, Almedo Dettenborn como possíveis pré-candidatos. Lehmen foi o candidato pelo partido nas últimas eleições, quando o partido se coligou com o PSDB que indicou o nome da vice Juçara Ferreira.
Articulação pré-eleitoralFerreira afirma que diante do cenário eleitoral, a única grande diferença do partido entre as demais legendas é que a sigla está fazendo suas articulações sem dar publicidade. Porém, o partido ainda não realizou nenhuma reunião oficial para tratar sobre as eleições. O partido também avalia se o melhor caminho será ter candidato próprio a majoritária. Internamente, não é unanimidade a opção, e uma das alas aposta na possibilidade de uma aliança com outra legenda na condição de ocupar o cargo de vice. Já outro grupo, considera que um partido com tal protagonismo deve ter candidato próprio na cidade. Ferreira avalia que essa divisão de opiniões é natural esaudável em uma política democrática. “Se todos pensassem da mesma forma seria uma opinião burra”, comenta. Para definir e chegar em um consenso ele considera importante fazer uma votação interna para que a vontade da maioria seja soberana. Diante disso, o ex-prefeito, Almedo Dettenborn, preferiu não avaliar o quadro. Ele disse, que neste momento prefere fica ‘afastado’ e não ‘tecer nenhum comentário sobre o PMDB ou do cenário político de Venâncio Aires’. “Até o momento, quero ficar afastado da política”.
EXPECTADOREnquanto o PMDB prefere cautela até uma definição final, o partido fica na condição de observador, analisando cada passo das possíveis chapas que estão se formando no cenário municipal e qual será a melhor aliada. Ao mesmo tempo, o PT e PTB estão quase em franca campanha – por mais que as duas siglas apontem que estão apenas construindo uma aproximação. Já o PDT, que tem dois nomes cotados, tenta despistar uma possível decisão já adotada. Já a Terceira Via, dialoga, analisa e também faz movimentações mais sutis.
Meta do PMDB é aumentar de três para quatro o número de cadeiras que ocupa na Câmara de Vereadores.
Aproximação pode pesarO PMDB passou a se aproximar do PDT no final de 2014, quando formaram um acordo na Câmara de Vereadores para garantir a ‘governabilidade’ da Administração Municipal. A medida garantiu que diversas matérias do Executivo tivessem aprovação Legislativa enfraquecendo a oposição exercida pelo PT, PTB e PP. Tal acordo além de garantir governabilidade, também foi fundamental para conduzir Zecão à presidência da Câmara de Vereadores no final do ano passado.