Circunstâncias do crime de maior repercussão registrado este ano em Venâncio Aires, segue sendo esclarecido pela polícia. Quarta-feira, 3, o inspetor – que estava de plantão no dia em que Miriam Roselene Gabe foi morta -, assim como os delegados e o namorado da vítima, foi ouvido pelo delegado Julci Severo, titular da Delegacia Regional de Polícia. A sindicância foi instaurada para esclarecer se o procedimento adotado pelo plantonista da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) foi correto. “A intenção é saber se a conduta do plantonista foi a que deveria ter sido adotada e, se caso ele tivesse agido diferente, o resultado poderia ter sido outro”, explica o delegado Vinícius Lourenço de Assunção.
Na visão do titular da DPPA, que também foi ouvido, o policial agiu corretamente, já que a vítima estava ferida e o atendimento de um médico é uma prova a mais para a solicitação das medidas protetivas da Lei Maria da Penha. “Não teria feito nada diferente”, garante. O delegado se refere ao fato do plantonista ter conversado com a vítima e o namorado dela e os orientado a ir ao hospital e depois retornar à DPPA para registrar o caso. “é o procedimento padrão”, menciona o titular da DPPA.
Sobre o fato da mulher ter sido atacada e morta quando saia do hospital, o delegado Vinícius refere que não foi uma fatalidade, como muitos referiram. “Aquilo foi uma brutalidade, pois ele [acusado do crime] estava disposto a dar fim à vida da mulher.” Na quarta-feira, além do plantonista do dia e do namorado da vítima, o delegado Severo tomou o depoimento dos delegados Paulo César Schirrmann, hoje titular da Delegacia de Polícia de Vera Cruz, Felipe Staub Cano, titular da DP local, e VíníciusAssunção, da DPPA. O teor dos depoimentos é mantido em sigilo. De posse de todos os relatos, o delegado Severo dará o seu parecer e encaminhará a conclusão da sindicância.
Aquilo foi uma brutalidade, pois ele [acusado do crime] estava disposto a dar fim à vida da mulher”, Vinícius L. de Assunção – Delegado de Polícia
JULGAMENTO
Paralelo à sindicância, a apuração da morte de Miriam Roselene Gabe segue na esfera judicial. Testemunhas e o réu já foram ouvidas pelo juiz João Francisco Goulart Borges e o processo segue os trâmites legais. Dependendo do andamento do caso, o reú poderá ser julgado ainda este ano. Ele foi denunciado pelo Ministério Público, através do Promotor Pedro Rui da Fontoura Porto, por homicídio triplamente qualificado, com uma qualificadora. O réu também responde por tentativa de homicídio qualificada contra o vigia do hospital. Caso os jurados acatem uma das teses acusatórias, apenado mecânico se inicia em 12 anos. Pedro Porto salienta que o réu, que foi preso um dia após o crime, deve aguardar na cadeia até a data do seu julgamento.