
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Venâncio Aires, Elio Darlei Costa Machado, assina documento que foi enviado à Prefeitura e à Câmara de Vereadores e através do qual a entidade manifesta preocupação e contrariedade à intenção do Município de antecipar a venda da folha de pagamento do funcionalismo, informação que foi confirmada por Airton Artus na semana passada e que ganhou as rodas de conversa e bastidores da política na Capital Nacional do Chimarrão nos últimos dias.
No documento, o presidente da entidade salienta que tomou conhecimento da situação por meio de notícias veiculadas na imprensa local e afirma que Município e servidores teriam desvantagens no caso de concretização da negociação com qualquer instituição bancária, principalmente pelo fato de ter que arcar com multa rescisória “de aproximadamente meio milhão de reais, fato que redundará em prejuízo irreparável aos cofres municipais”. Ainda é sustentado que “a medida também resultará em grandes transtornos aos servidores municipais devido às exigências de praxe para a alteração de contas do funcionalismo”.
Com base nestas justificativas, o sindicato pede a manutenção do contrato em vigor – atualmente é a Caixa Econômica Federal que administra a folha de pagamento – “a fim de conservar as vantagens e os benefícios conquistados existentes e, em futuro próximo, negociar novos benefícios em favor dos servidores e do Município”. No mesmo documento, a entidade se coloca à disposição da Prefeitura, “com o propósito de manter permanente política de participação, negociação e bom entendimento com o gestor público, objetivando sempre a busca de melhores condições de trabalho e de vida em favor das famílias dos servidores”.
Vereadores repercutem assunto na tribuna
O documento enviado pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Venâncio Aires foi lido pela secretária Helena da Rosa (PMDB) no início da sessão de segunda-feira, 24, da Câmara de vereadores. O primeiro a repercutir o tema, já no espaço destinado às comunicações, foi Telmo Kist (PSD), que destacou a “necessidade de bom senso neste período de fim de gestão para que não haja o comprometimento do governo que se instala a partir de janeiro do próximo ano”. De acordo com o vereador, a Prefeitura não deve abrir negociações agora: “está fragilizada e seria um compromisso para para o governo seguinte”.
José Cândido Faleiro Neto (PT) e Arnildo Camara (PTB) seguiram na mesma toada, mas também destacaram a intenção da Administração de antecipar o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o que segundo eles seria um artifício do atual prefeito para fechar as contas do seu governo no azul. “O sindicato, ao se manifestar, está cumprindo seu papel. Tanto nesta questão da venda da folha, quanto em relação ao IPTU, penso que deve ser respeitado o processo normal, sob pena de prejuízo à futura Administração”, disse Cândido. Camara também destacou a atuação do sindicato e defendeu que a Prefeitura não pode continuar trabalhando sem planejamento. “A venda da folha não faz bem pra nós. Já temos um déficit de R$ 7 milhões este ano e projeção de R$ 15 milhões para 2017”, comentou.
LIBRAS – Os períodos de leitura de expediente e Ordem do Dia tiveram uma participação especial durante a sessão de segunda-feira. Voluntariamente, Natassya Hass usou a linguagem de Libras para informar o que estava sendo trabalhado pelos vereadores. Foi a primeira reunião do Legislativo a contar com este tipo de iniciativa, proposta pela vereadora Cleiva Heck (PDT). Ela sugeriu que a Câmara busque uma maneira para que as sessões tenham uma intérprete ininterruptamente. “é uma forma muito bacana de inclusão”, afirmou a pedetista.
