De um lado estão os amantes do som automotivo, que querem um espaço para apreciar música em volume elevado, do outro, quem se sente perturbado e clama por sossego. O tema, que gerou diversos debates em Venâncio Aires, motivou denúncias, pedidos de fiscalização e, agora vai ganhar uma audiência pública a fim de buscar soluções para o impasse.
A Câmara de Vereadores de Venâncio Aires aprovou na segunda-feira, 18, o pedido de audiência proposto pela vereadora e presidente da Comissão de Educação, Indústria, Comércio e Turismo, Cleiva Heck (PDT).
A audiência, no plenarinho João Jorge Hinterholz está pré-agenda, segundo a assessoria da prefeitura, para o dia 4 de abril, às 14h. No entanto, representantes da atividade buscam alterar o horário para o turno da noite.
Para o encontro, pretende-se reunir Brigada Militar, os poderes Legislativo, Executivo, Judiciário, Promotoria Pública, Delegacia de Policia, clubes de serviços, Conselho Tutelar e a comunidade em geral. Contando, especialmente, com a presença da juventude, em sua maioria, os apreciadores do som automotivo.
Segundo Cleiva, enquanto ela atuou como titular da Secretaria de Cultura, no governo passado, atendeu muitas pessoas cobrando um local adequado para esta prática e destacou a importância deste debate, para encontrar uma solução.
José Ademar Melchior (PMDB) disse que os jovens estão perdidos, sem saberem para onde podem ir, pois não há um local apontado como adequado, mas ao mesmo tempo, sofrem a fiscalização.
Líder da bancada do PDT, Jarbas da Rosa observou que hoje existem campeonatos de som automotivo e que os apreciadores de Venâncio não podem ficar de fora e por isso, precisam de um local para praticarem.
Celso Krämer (PTB), disse que a audiência será o momento de todas as partes interessadas se manifestarem em busca de uma determinação que atenda a todos. José Cândido Faleiro Neto (PT), observou que inclusive o Parque do Chimarrão, apontado como a melhor opção, já teve queixas de moradores próximos. Durante seu pronunciamento, citou como possibilidade, a área doada pelo Estado, onde será contruída, futuramente, a Vila Olímpica, ao lado da escola Wolfram Metlzer, no bairro Bela Visa.
TERMO DE CONDUTA
Apesar de alguns apreciadores circularem em alguns pontos do centro, como o tradicional ‘postinhoÂ’, muitos passaram a ter o Parque Municipal do Chimarrão como ponto de encontro. No entanto, algumas famílias que visitam o parque, com a finalidade de descanso, e até mesmo, moradores próximos, se sentem perturbados.
Em uma entrevista anterior, o vice-prefeito Giovane Wickert – que respondia na época como prefeito em exercício – disse que uma das propostas é a criação de Termo de Ajustamento de Conduta. Embora as queixas continuem, o número de apreciadores cresce cada vez mais e as atenções se voltam em torno das disputas de som automotivo. Exemplo disso é o evento Rebelião das Máquinas, que reuniu em agosto do ano passado, no Parque do Chimarrão, um público superior a 10 mil pessoas.
Adeptos organizam encontro para criar uma associação
Antecipando a realização da audiência pública, os adeptos do som automotivo buscam a parceria da Administração Municipal para garantir que a sua diversão tenha local definido e seguro.
Na última semana, o vice-prefeito e secretário municipal da Cultura, Esportes e Turismo, Giovane Wickert, e um grupo de jovens adeptos do som automotivo se reuniram para tratar da criação da Associação Som Automotivo de Venâncio Aires (Asava) e definição de regras para manter as atividades no Parque Municipal do Chimarrão.
Conforme Marla Oliveira, que liderou o grupo de seis jovens no encontro, a Asava já se reuniu para começar a definir estatutos e plano de ação para os próximos meses. Entre os objetivos, está a definição de regras para o uso do som automotivo na cidade e a realização de eventos na área. “Queremos associar adeptos do som automotivo com mensalidades que possam ser utilizadas na organização de eventos e também na limpeza do local que será cedido pela prefeitura no Parque do Chimarrão. Também queremos promover baladas automotivas abertas ao público”, adianta Marla.
Wickert destaca que é preciso organizar o setor e não apenas reprimir a atividade. “Com diálogo preventivo acreditamos que é possível definir horários, locais apropriados e avisar sobre as atitudes que não serão toleradas. O grupo se mostrou muito receptivo a trabalhar em conjunto com o Município.”