O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), presidente nacional do partido, serão investigados pelo STF por conta de um suposto envolvimento na venda de emendas a medidas provisórias relacionadas ao setor automotivo editadas pelo governo federal. O inquérito foi aberto em março pela ministra Cármen Lúcia, relatora da Operação Zelotes, que manteve o processo em regime de sigilo. A investigação iniciou após a apreensão de um diário que pertencia ao lobista João Batista Gruginski, um dos sócios da SGR Consultoria.

Nas anotações, constava um encontro com os lobistas Alexandre Paes Santos e José Ricardo Silva. Na ocasião, Paes Santos teria citado os nomes de Jucá e Calheiros enquanto falava de uma negociação de R$ 45 milhões em propina para senadores que favorecessem os interesses das montadoras na medida provisória do setor automobilístico que correu entre 2009 e 2010.

Interrogado pela Polícia Federal, Paes Santos teria afirmado que, na passagem citada, estava apenas relatando boatos dos quais havia ouvido falar. O relato foi considerado inconsistente pela PF, que optou por levar o caso ao STF. Esta será a décima segunda vez que Renan Calheiros será investigado. O senador também é alvo de nove inquéritos na Operação Lava Jato por suposto envolvimento com fraudes na Petrobras.