A suinocultura tem ampliado seu espaço entre os produtores venâncio-airenses que estão buscando métodos de diversificar suas atividades no meio rural.
Conforme estatísticas do escritório da Emater-RS/Ascar em Venâncio Aires, o setor foi um dos que mais cresceu nos últimos anos no município: em 2005, a produção de suínos era responsável por gerar R$ 7,1 milhões de Valor Bruto da Produção Agrícola (VBPA) do município, o que equivalia a 5,5% do total.
Já no ano passado, o índice saltou para R$ 53,5 milhões, passando a equivaler a 16,3% do VBPA total do município.
O crescimento da suinocultura se reflete no aumento de produtores que procuraram a representação da Emater-RS/Ascar e a Secretaria Municipal da Agricultura em busca de informações para ingressar no setor.
Nos últimos dois anos, os técnicos da instituição elaboraram 10 projetos para a construção de novas pocilgas. Estes novos projetos, que contaram com serviços de horas-máquina disponibilizados pela Prefeitura, acresceram em 8,5 mil o número de suínos no rebanho do município.
A Emater, no entanto, já projeta novo acréscimo de 11,7 mil cabeças/ano no rebanho total, após a conclusão dos quatro projetos de pocilgas elaborados neste ano e cujas obras ainda estão em andamento.
A suinocultura é a atividade que teve maior expansão no meio rural local nos últimos anos. Junto com a avicultura, é a que registra a resposta mais rápida em termos de arrecadação para o município, via compra de insumos, material de construção e retorno de ICMS”, analisa Vicente Fin.
Na avaliação de Fin, os dividendos trazidos pela criação de suínos não se restringem à rentabilidade. “A suinocultura traz renda e auxilia o plantio de grãos, pois permite a obtenção de insumos orgânicos para a aplicação em lavouras”, encerra.
DIVERSIFICAçãO EM ANDAMENTO
Entre os projetos de diversificação através da suinocultura elaborados neste ano pela Emater-RS/Ascar, está o do produtor João Schneider. Morador de Linha Picada Nova, ele está erguendo duas pocilgas em sua propriedade, ocupando área total de 7,55 mil m² destinada aos prédios, fossos, silos de ração e caminhos internos.
A previsão é de que as obras terminem em março e comportem 1,3 mil cabeças de suínos, com a entrega do primeiro lote ao frigorífico prevista para o final de junho.
A preparação do terreno com aterro, terraplenagem e 28 cargas de rachão produzido no britador da Prefeitura, em Linha Cerro do Baú, foi realizada pela Secretaria Municipal da Agricultura.
“Enxerguei na suinocultura a chance de ampliar minha produção com boa garantia de renda”, contou Schneider ao secretário da Agricultura, Hélio Lawall, e ao secretário-adjunto Rui Schwinn, que o visitaram nesta semana.
O investimento nos suínos vem complementar uma renda hoje gerada pela criação de 26 vacas leiteiras e o cultivo de 85 mil pés de fumo, que na resteva dão lugar ao plantio de milho. Tudo aos cuidados do próprio produtor e dos filhos Edgar e João Inácio.
“A diversificação se faz necessária e, no meu caso, nos oferece possibilidade de ampliar a renda por um bom tempo”, destaca.