Neste domingo, 31, Dia Mundial Contra o Tabaco, que busca chamar a atenção aos riscos à saúde, as políticas de restrições ao tabagismo são destacadas a nível

Foto: Alvaro Pegoraro / Folha do MateDe acordo com o Ministério da Saúde, o tabagismo é responsável por 200 mil mortes todos os anos no Brasil
De acordo com o Ministério da Saúde, o tabagismo é responsável por 200 mil mortes todos os anos no Brasil.

mundial. Em paralelo, é debatida a legalização da maconha no Brasil, com fins de uso recreativo, medicinal ou industrial. A partir deste cenário, a reportagem da Folha do Mate traz uma análise de especialistas e informações sobre o assunto.

Para o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil – Afubra, Benício Albano Werner, a legalização da maconha não é o caminho para resolver os problemas e enfrentar as dificuldades existentes na sociedade. Ele destaca que é contra a legalização, porque ainda não existe uma cultura suficiente para chegar a essa alternativa. “é uma questão que foi sempre combatida e entendida como nociva ao ser humano, muito mais do que o próprio cigarro. Deixar de produzir tabaco para produzir maconha, não concordo”, observa. O Brasil produz tabaco há muitos anos, motivo pelo qual Benício também acredita que a produção do mesmo deve ser mantida. “O tabaco está dentro da nossa cultura. As pessoas preferem plantar alguns pés de tabaco, porque a área que ele ocupa é pequena, mas a receita é boa”, salienta Benício.

Somente em Venâncio, a produção do tabaco envolve 4.566 famílias, totalizando cerca de 18.260 pessoas. A estimativa de queda na economia do município, somente nesta safra, caso o tabaco deixasse de ser produzido, seria de R$ 150 milhões.

Maconha é mais nociva que tabaco, diz estudo

Sociólogo diz que “discussões envolvem interesse econômico”

Quanto à questão do cigarro, ressalta que existe uma preocupação cada vez maior em relação ao decretos dos governos: “Nos preocupa duas questões: não ter local para o fumante e também o aumento dos impostos que, consequentemente, contribui para o aumento do cigarro considerado ilegal”, comenta. De acordo com ele, a pessoas, nos últimos anos, estão consumindo mais os cigarros oriundos de comércios ilegais, por isso, observa que “o Governo precisa rever essa questão de tributos do que está cobrando do cigarro.”

Liberação da Maconha vira projetos de Lei

Em 2014 o Senado e a Câmara dos Deputados passaram a discutir a legalização da maconha. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e os deputados Jean Wyllys (PSOL) e Eurico Júnior (PV-RJ) encaminharam seus projetos que regem sobre o controle, a plantação, o cultivo, a colheita, a produção, a aquisição, o armazenamento, a comercialização e a distribuição de maconha e seus derivados. O objetivo dos projetos é proteger os habitantes do país contra os riscos decorrentes do vínculo com o comércio ilegal da maconha e com o narcotráfico. Todos estão em tramitação.

Para o delegado da Delegacia de Polícia de Venâncio Aires, Felipe Staub Cano, a legalização da maconha fomentaria ainda mais a criminalidade por não envolver somente a questão de venda. “A maconha envolve o tráfico de outras drogas mais prejudiciais, além de assaltos, tráfico de arma e pessoas, e várias outras criminalidades”, observa. Além disso, segundo ele, a liberação do uso da maconha pode ser um incentivo ao consumo de outras drogas. “Legalizar ela, seria uma degradação da sociedade”, finaliza.